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Guiné Equatorial detecta surto de marburg, vírus com alta mortalidade que preocupa OMS

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Foto: Reprodução
O marburg é um vírus da mesma família do ebola e tem uma alta mortalidade %u2014 em episódios anteriores, até 88% dos infectados morreram
Guiné Equatorial confirmou no dia 13 de fevereiro o primeiro surto da doença causada pelo vírus marburg em seu território.

O país localizado na África Central identificou até o momento 16 casos e nove mortes. Todas elas foram registradas na província de Kie Ntem.
 
O marburg é um vírus da mesma família do ebola e tem uma alta mortalidade — em episódios anteriores, até 88% dos infectados morreram.

Conheça a seguir as principais características da infecção e qual o risco de o patógeno chegar ao Brasil — por ora, não há motivo para pânico.

O vírus e as formas de transmissão
O marburg pertence à família dos filovírus, a mesma do ebola.

Ele foi identificado pela primeira vez em 1967, ao causar um surto simultâneo em três cidades europeias: Marburg e Frankfurt, na Alemanha, e Belgrado, na Sérvia.

À época, a investigação mostrou que os indivíduos infectados trabalhavam em laboratórios de pesquisa e tiveram contato com macacos verdes africanos (Cercopithecus aethiops) que foram importados de Uganda e carregavam o agente microscópico.

Posteriormente, descobriu-se que os hospedeiros naturais do vírus eram morcegos frugívoros (que se alimentam de frutos) da espécie Rousettus aegyptiacus.

Nesses animais, o vírus parece não causar nenhum problema sério. 
 
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o contato com o patógeno acontece por meio da "exposição prolongada a minas ou cavernas habitadas por colônias dessa espécie de morcego".

Quando o vírus "pula" para um ser humano, pode acontecer a transmissão direta de uma pessoa para outra.

Nesses casos, o marburg se espalha por meio de sangue, secreções e os vários fluidos corporais de um indivíduo infectado.

O contato com o patógeno também ocorre por meio de superfícies e materiais que foram utilizados por alguém doente, como talheres ou roupas de cama.

Além de morcegos, macacos verdes africanos e seres humanos, o marburg também pode infectar os porcos. Pelo que se sabe até o momento, ele não afeta outros animais domésticos.
 
Sintomas e progressão da doença
A OMS estima que a incubação — o tempo entre o contato com o vírus e o início dos sintomas — varie entre 2 e 21 dias. 
 
Os incômodos da infecção pelo marburg surgem de forma abrupta, com febre alta, fortes dores de cabeça, na barriga ou nos músculos e mal-estar.

Num período de sete dias, o paciente apresenta outras manifestações, como vômitos e diarreia. Em muitos casos, há perda de sangue por fezes, urina, saliva, secreções nasais e lesões na pele.

Até o momento, os maiores surtos relacionados ao vírus marburg foram:
1967, Alemanha e Sérvia: 29 casos e sete mortes;
1998-2000, República Democrática do Congo: 154 casos, 128 mortes;
2005, Angola: 374 casos, 329 mortes
2012, Uganda: 15 casos, quatro mortes;
2017, Uganda: três casos, três mortes.
Ao longo desses episódios, a taxa de fatalidade variou entre 24% e 88%.