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Edir Macedo pede para que fiéis doem herança para igreja
O bispo Edir Macedo está, desde segunda-feira (25), entre os assuntos em alta nas redes sociais por causa de um vídeo em que pede uma doação. Nas imagens, Macedo pede para que os fiéis doem, antes de morrer, todos os bens para a Igreja Universal do Reino de Deus, da qual é líder e fundador.
As postagens não citam a data da declaração, apenas que ela ocorreu em uma live para os seguidores. Em um trecho, Macedo diz que a doação da herança seria uma forma de agradar a Deus. “Você, minha amiga, você, meu amigo, senhor, senhora, pessoas que têm bens, que têm propriedades, que têm riquezas: ora, preste atenção, se você quer fazer algo que agrade a Deus, que vai beneficiar outras pessoas, antes de você morrer, antes de você passar para a eternidade, deixa o que você tem para a igreja envolver o trabalho, ou melhor, estimular ou avançar com o trabalho de evangelização com esse ministério,com essa missão de levar o evangelho a todas as criaturas”, afirmou.
Em outro momento, o bispo relata não ter nenhum bem pessoal, uma vez que o que é "supostamente seu" está destinado "para dar continuidade a esse trabalho de evangelização no mundo inteiro".
"Minha amiga, meu amigo, essa é a minha fé. Nós fazemos isso porque nós cremos, nós temos certeza de que Deus se agrada dessa oferta", completou.
A advogada Isabela Dario esclareceu que a legislação não permite que a herança seja repassada, na totalidade, para uma instituição. “A disposição de bens particulares pode ser realizada em até 50% caso a pessoa tenha herdeiros diretos (filhos, pais, esposo ou esposa), sendo uma disposição de vontade própria de pessoa capaz”, afirma.
Ela diz, ainda, que a decisão pode ser contestada pelos herdeiros, "caso entendam que o doador, estava à época com suas capacidades mentais comprometidas em parte ou completa". Nesse caso, podem tentar reverter o ato de vontade, em inventário ou anulação de testamento.
Por fim, a advogada lembra que a solicitação do bispo não é ilegal. "Várias frentes religiosas durante a história não só pediram como obrigaram as pessoas a dispor de seus bens, para que a religião tenha subsídios para a continuidade de suas obras. Porém, em se tratando do século XXI, com a polarização da informação, uma parcela da sociedade não vê essa atitude com bons olhos. Mas cabe a cada um de nós, com plena capacidade de suas faculdades mentais decidir o que quer dispor, sendo em obras religiosas, caridade ou científicas", conclui.