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PM que disparou tiros no Farol da Barra, em Salvador, tem morte confirmada

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O comandante-geral da Polícia Militar da Bahia (PMBA) Paulo Coutinho confirmou, nesta segunda-feira (29), a morte do policial militar Weslei Soares, morto após efetuar disparos contra guarnições da PM durante um surto psicótico no domingo (28). No último domingo, durante quase quatro horas, o PM bloqueou a frente do Farol da Barra, em Salvador, e efetuou dezenas de disparos de fuzil. A ação se estendeu até o início da noite quando, cercado pela polícia, o policial foi baleado, vindo a óbito. 
 
Segundo Coutinho, um inquérito policial será instaurado para averiguar o desenrolar dos fatos durante a ação e os procedimentos adotados pela corporação na contenção do PM. 

Weslei chegou a ser encaminhado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ao Hospital Geral do Estado (HGE), e passou por uma cirurgia, mas não resistiu, e teve morte confirmada na noite do domingo. O policial foi atingido em pelo menos três regiões do corpo, incluído tórax e abdômen.
  
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP), às 18h35, o soldado afirmou que “havia chegado o momento, fez uma contagem regressiva e iniciou disparos contra as equipes do Bope”. Os policiais dispararam dez vezes contra Weslei. 

O comandante do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), major Clédson Conceição, em entrevista ao Correio, veículo baiano, afirmou que os policiais buscaram utilizar técnicas de negociação e impedir um confronto, mas que o PM "atacou as equipes". Conceição reforçou o fato de o local ser uma área residencial, expondo, além dos militares, também os moradores. 

Ainda, disparos foram feitos para dispersar a imprensa. Repórteres e cinegrafistas que estavam no local foram ameaçados por policiais.
 
Em nota, a PM escreveu que “lamenta pela ocorrência crítica envolvendo um integrante da corporação” e que todas as medidas foram adotadas em prol “do objetivo principal, que é a preservação de vidas”.

Negociações
O major Conceição disse que houve a tentativa de fazer com que Weslei se entregasse, mas que "essa negociação alternava em picos de lucidez com loucura".

O comandante ainda comentou que o PM estava "bastante transtornado”.