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Mourão lamenta assassinato de negro em supermercado, mas diz que 'no Brasil não existe racismo'
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, definiu a morte de João Alberto Silveira Freitas, 40 anos, com "lamentável" e afirmou ainda que o caso foi resultado de "segurança totalmente despreparada". João Alberto, que é negro, foi assassinado, na noite dessa quinta-feira (19), após ser espancado por dois seguranças brancos numa unidade da rede de supermercados Carrefour, em Porto Alegre (RS).
"Lamentável, né? Lamentável isso aí. Isso é lamentável. A princípio, é segurança totalmente despreparada para a atividade que ele tem que fazer [...] Para mim, no Brasil não existe racismo. Isso é uma coisa que querem importar aqui para o Brasil. Isso não existe aqui", afirmou Mourão a jornalistas.
A declaração de Mourão acontece justamente no Dia da Consciência Negra, celebrada nesta sexta-feira (20). A data é um evento para refletir acerca do racismo existente no Brasil e da luta da população negra por igualdade social, estimulando o debate e fortalecendo a causa.
Questionado mais uma vez pela imprensa, Mourão reforçou que não acredita na existência de preconceito racial no país. "Não, eu digo para você com toda a tranquilidade: não tem racismo aqui", repetiu.
Em seguida, o vice-presidente foi perguntado, mais uma vez, se o assassinato de João Alberto Freitas não teria algum componente racial. Ele insistiu que não existe racismo no Brasil. "Eu digo para vocês o seguinte, porque eu morei nos EUA: racismo tem lá. Eu morei dois anos nos EUA, e na escola em que eu morei lá, o 'pessoal de cor' andava separado, [o] que eu nunca tinha visto isso aqui no Brasil. Saí do Brasil, fui morar lá, era adolescente e fiquei impressionado com isso aí. Isso no final da década 60", disse.