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Família denuncia negligência médica após mulher morrer por picada de cobra
Uma mulher de 42 anos morreu após ser picada por uma cobra jararaca em Cachoeira, no recôncavo da Bahia. Contudo, a família denuncia negligência médica de dois hospitais por "falta de atendimento apropriado" para a vítima.
Simone Sena Serra estava no quintal de casa, na zona rural, quando foi picada pela cobra. O acidente aconteceu na noite do último sábado (4/9). Ela, então, foi socorrida e levada pelo filho ao Hospital Nossa Senhora da Pompeia, em São Félix, a cerca de 14km de Cachoeira. Entretanto, segundo os familiares, o atendimento foi negado.
A vítima foi encaminhada, enfim, ao Hospital de Cachoeira. No local, os familiares receberam a informação de que não havia o soro antiofídico, mas passou a noite na unidade.
O marido de Simone, Mário Anunciação, relatou ao G1 BA que ninguém pôde ficar com a esposa durante à noite enquanto ela estava internada em Cachoeira. No dia seguinte, Anunciação conta que quando o filho chegou ao hospital Simone estava “toda inchada e já não falava”.
“Quando meu filho entrou em desespero, eles resolveram transferir ela, mas ela morreu logo em seguida”, relembra. A dona de casa morreu no domingo (5).
Picada reincidente
Em 2019, a mulher já havia sido picada por outra cobra. À época, segundo a família, ela foi levada para o hospital, em São Félix, onde se recuperou.
Negligência
Mário Anunciação questionou, durante o enterro, a falta de atendimento da esposa no primeiro hospital para o qual a família a tinha levado.
"Até onde vai essa covardia? Por que não pode socorrer uma pessoa que é de Cachoeira em São Félix? Por que São Félix não pode socorrer? Por que negaram socorro? Que discriminação é essa?", indagou ao G1, emocionado.
Simone Serra deixou três filhos, sendo uma delas com necessidades especiais.
“É mentira”, alegou o hospital
Por meio de nota, o diretor médico do Hospital Nossa Senhora da Pompeia, em São Félix, Odilon Rocha, justificou a falta de atendimento à mulher "porque atendia um caso grave de infarto agudo quando ela chegou no local".
O diretor informou que foi recomendado que Simone Serra fosse levada para a Santa Casa de Cachoeira, onde, segundo ele, tinha o soro antiofídico. O diretor afirma que a mesma foi atendida no local, no ano passado, porque a unidade da cidade dela não tinha o medicamento na ocasião.
Já o Hospital de Cachoeira afirmou que é "mentira" que a paciente não foi medicada com o soro antiofídico e que depois aguardou o momento da regulação. A Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) reafirma a resposta do Hospital de Cachoeira e acrescenta o pedido de um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas a paciente não resistiu.