O servidor público aposentado Helder Gondim, 62 anos, pai de Raul Aragão, 23, carrega o peso de ter perdido um filho. Ao lembrar do então estudante de sociologia, que lutava veemente por melhorias do ciclismo no Distrito Federal, perpetua o silêncio e a tristeza de um homem inconformado. Como se não bastasse o luto, mais um obstáculo apareceu na vida da família Gondim/Aragão: a resolução do caso da morte do jovem, atropelado próximo de casa em 21 de outubro.
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Rodas da Paz pede que Ministério Público investigue caso Raul Aragão
ONG da qual o ciclista fazia parte, pede que Ministério Público assuma o caso de Raul Aragão, atropelado em 21 de outubro; acusado deve ser ouvido até quarta-feira
Para que as investigações avancem, a ONG Rodas da Paz resolveu protocolar um pedido de acompanhamento ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) do inquérito policial para assumir o caso. O documento foi entregue pelos pais, amigos e representantes da ONG no órgão nesta segunda-feira. "A gente ainda vive um luto, mas não podemos ficar em casa parados. Queremos que isso seja resolvido logo. Fizemos de tudo pelo Raul em vida. Não vamos deixar que o esforço dele (pelo ciclismo) tenha sido em vão", opinou Helder Gondim. O caso encontra-se na 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte).
No documento, a ONG alega que, após 15 dias do falecimento de Raul, o motorista do carro que atropelou o rapaz, identificado como Johann Homonnai, 18, não havia sido chamado para prestar depoimento na delegacia. "Sempre que há um caso como o do Raul, em que há atropelamento que resulta em morte, pedimos ajuda do Ministério Público. É estranho que nem o motorista tenha sido encaminhado para depoimento até agora", disse uma das representantes da organização, Renata Florentino.
A mãe de Raul, Renata Aragão, 58, relata que precisou ir na delegacia na última quarta-feira para saber mais se a polícia havia avançado nas investigações. "Eles só tinham um documento sobre a abertura do processo. Estava mais que na hora de procurar o Ministério Público", explicou a mãe. A entrega do registro para o Ministério Público é apenas uma forma de fazer com que a justiça seja feita. "Não queremos amedrontar a família do motorista. Só que isso acabe", disse Helder Gondim.
Investigação
Mesmo com a ânsia familiar por resolução e o encaminhamento prévio ao Ministério Público, a 2ª Delegacia de Polícia garantiu que a investigação está sendo feita. Faltava, apenas, o laudo pericial em mãos. “Só começo a ouvir pessoas com esse documento já previamente analisado e ele chegou hoje para mim. O inquérito, inclusive, está avançado”, confirmou o delegado-chefe, Laércio Rossetto.
Johann Homonnai, segundo a polícia, deve prestar depoimento até a próxima quarta-feira e toda a investigação sobre a morte de Raul concluída na sexta-feira. “Há uma probabilidade de 90% disso acontecer. Nossos policiais voltaram ao local do acidente para coletar mais provas. Até o momento, temos duas testemunhas já ouvidas e estudamos uma terceira. Garanto que estamos empenhados em solucionar o caso”, explicou Laércio.
Ao longo do dia, o Correio tentou entrar em contato com a família de Johann, mas, até a última atualização desta reportagem, as ligações não haviam sido atendidas.
O caso
O cicloativista Raul Aragão, estudante de sociologia da Universidade de Brasília (UnB), pedalava em 21 de outubro próximo ao local onde morava, na 406/407 Norte, quando foi atropelado por um carro. O motorista ajudou no socorro ao jovem e acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Raul foi encaminhado para o Hospital de Base de Brasília (HBDF), mas não resistiu aos ferimentos e morreu às 5h do dia seguinte. O rapaz que conduzia o carro, um jovem de 18 anos, passou por teste do bafômetro no local. O etilômetro, porém, apresentou resultado negativo para embriaguez. O corpo de Raul Aragão foi velado em 23 de outubro, no Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul.
Leia a notícia no Diario de Pernambuco
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