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Israel violou o cessar-fogo no sul da Síria

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos afirmou que nessa ofensiva foi atingido um grupo de beduínos

Por Isabel Alvarez

Cortina de fumaça após bombardeio israelense na Síria

A aviação israelense voltou a bombardear na noite de quinta-feira (17) os arredores da cidade síria de Sweida, no sul do país, quando já estava em vigor uma trégua após os violentos confrontos sectários entre os beduínos e os drusos, a maioria da localidade, que são apoiados por Israel.

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos afirmou que nessa ofensiva foi atingido um grupo de beduínos. Os combates entre drusos e tribos beduínas já provocaram mais de 500 mortos.

As forças israelenses não assumiram até agora aquele que seria o seu primeiro ataque na Síria desde a retirada, durante a última à noite, das forças governamentais sírias de Sweida, uma exigência de Israel para a trégua. As tropas de Damasco tinham sido mobilizadas em apoio aos beduínos sunitas.
Mas, uma fonte do governo de Tel Aviv disse hoje que Isael daria 48 horas às forças de segurança interna sírias para operarem em Sweida, devido à instabilidade na zona. Entretanto, as autoridades israelenses não confirmaram a informação e já haviam dito que não permitiria a entrada de forças militares do regime de Damasco na região.

As forças governamentais se retiraram de Sweida na quarta-feira (16) à noite, afirmando que tinham alcançado um cessar-fogo, mediado pelos EUA, com as forças drusas locais. No entanto, os combates na cidade entre os beduínos e os drusos foram retomados.

Enquanto isso, o Ministério do Interior sírio assegurou que as notícias que circulam que se preparava para destacar tropas governamentais para Sweida, em resposta aos novos são equivocadas. “Confirmamos que não foi emitida qualquer declaração oficial a este respeito e negamos categoricamente a veracidade do que foi publicado”, anunciou o porta-voz do órgão, Noureddine Al-Baba, segundo a agência noticiosa estatal SANA.

Já o cenário e as perspectivas norte-americanas para a Síria de assinar os Acordos de Abraão parecem cada vez mais distantes.

Além disso, o chefe dos direitos humanos da ONU, Volker Türk, ainda relatou que durante a recente violência em Sweida foram cometidos violações e abusos generalizados, incluindo execuções sumárias e mortes arbitrárias. “Entre os alegados autores das violações se encontram membros das forças de segurança e indivíduos ligados ao governo provisório, assim como elementos armados drusos e beduínos locais. Este derramamento de sangue e esta violência têm de acabar e os responsáveis têm de ser chamados a prestar contas”, apontou Türk num comunicado.