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Houthis volta a atacar Israel e não aceita passagem de navios associados ao país

O grupo ainda reivindicou os ataques que levaram ao naufrágio de dois navios gregos no Mar Vermelho

Por Isabel Alvarez

Houthis, grupo rebelde iemenita

Nesta quinta-feira (10), o líder dos Houthis, Abdul Malik al-Houthi, reiterou que não permitirá o transporte marítimo de bens relacionados com Israel através das zonas do Mar Vermelho, do golfo de Áden ou do Mar Arábico.

O grupo do Iêmen ainda reivindicou os ataques no início desta semana que levaram ao naufrágio de dois navios gregos no Mar Vermelho e justificaram a ofensiva porque se dirigiam para Israel. Em um dos navios, todos a bordo se salvaram. Na outra embarcação, 10 membros da tripulação que passaram mais de 48 horas em alto mar também foram resgatados, mas há 11 que estão desaparecidos.

A embaixada dos Estados Unidos no Iêmen, com sede em Riade, na Arábia Saudita, chegou a acusar os Houthis de terem raptado vários membros da tripulação, apelando à libertação imediata e incondicional dos prisioneiros. Já os rebeldes afirmaram que os tripulantes foram resgatados e abrigados em um local seguro.

O Departamento de Estado norte-americano condenou os ataques e considerou que demonstram a ameaça contínua que os rebeldes Houthis, apoiados pelo Irã, representam para a liberdade de navegação e para a segurança econômica e marítima regional. "Os Estados Unidos têm sido claros: continuaremos a tomar as medidas necessárias para proteger a liberdade de navegação e a navegação comercial dos ataques terroristas dos Houthis, que devem ser condenados por todos os membros da comunidade internacional", diz o comunicado do Departamento dos EUA.

Mas, além disso, as forças Houthis lançaram hoje uma nova ofensiva contra Israel. O porta-voz militar do grupo iemenita, Yahya Sarea, afirmou que os mísseis fizeram uma operação contra o aeroporto Ben Gurion, na zona de Jaffa, na capital. “O objetivo foi atingido com sucesso", disse Sarea.

Em contrapartida, o Exército israelense assegurou que interceptou o míssil, após terem sido acionados os alarmes de ataques aéreos em várias cidades do centro e do sul de Israel, sem que tenham sido registradas vítimas.

A retomada de mais uma onda de ataques do Houthis quebra o acordo que havia sido realizado recentemente com Washington para suspender as ofensivas.

Desde o início do conflito na Faixa de Gaza, o grupo rebelde do Iêmen lançou centenas de mísseis contra o território israelense e atacou navios no Mar Vermelho. Somente entre novembro de 2023 e dezembro de 2024, foram mais de 100 embarcações atacadas na região.