EUA e China formalizam acordo sobre minerais de terras raras
O secretário do Comércio norte-americano, Howard Lutnick, anunciou hoje a formalização do acordo comercial entre os países
O secretário do Comércio norte-americano, Howard Lutnick, anunciou hoje a formalização do acordo comercial entre os Estados Unidos e China, que inclui o compromisso de Pequim de retomar as exportações de minerais de terras raras. “Vão nos entregar terras raras e, quando o fizerem, suspenderemos as nossas contramedidas”, afirmou.
Mas, segundo Lutnick, o acordo agora alcançado com Pequim não aborda temas mais sensíveis, como o tráfico de fentanil ou o acesso pleno das empresas norte-americanas ao mercado chinês.
As restrições à exportação haviam sido impostas em maio, como parte de um pacote adotado pelos EUA em resposta às limitações chinesas à exportação de minerais de terras raras. Mas, após sucessivas acusações mútuas de violação de acordos anteriores, os dois países concordaram com os termos necessários para aplicar o acordo feito recentemente em Genebra.
Na primeira rodada de negociações, em Genebra, resultou numa redução de tarifas por ambas as partes, no entanto logo foi e seguida de acusações mútuas de não cumprimento. Depois de novas conversações em Londres, os negociadores declararam um entendimento, sujeito à aprovação de Trump e do presidente da China, Xi Jinping.
As terras raras são materiais essenciais usados na produção de turbinas eólicas, aviões, semicondutores e tecnologia avançada. Ao abrigo do acordo comercial alcançado na semana passada, Washington se comprometeu a autorizar o envio para Pequim de software de design de chips, etano e motores a jato, desde que o governo chinês cumpra a promessa de acelerar a aprovação das exportações de minerais críticos.
A assinatura do acordo gerou otimismo nos mercados e as bolsas europeias e asiáticas estão em alta após a conclusão de acordo comercial
O secretário do Comércio dos EUA também adiantou que o presidente norte-americano, Donald Trump, pretende concluir, até 9 de julho, uma série de dez acordos comerciais com os principais parceiros dos EUA. “Vamos fechar os dez acordos principais, organizá-los por categorias, e os restantes países alinharão depois disso”, explicou.
Trump ainda indicou nesta quinta-feira (3) que Washington está próximo de um entendimento com a Índia. O principal negociador japonês, Ryosei Akazawa, também tem reuniões agendadas na capital norte-americana, tendo reiterado que Tókio não pode aceitar tarifas de 25% sobre automóveis. Além disso, Trump já afirmou que, na ausência de acordos até 09 de julho, irá enviar cartas a cada país com os termos propostos, aplicando tarifas unilaterais, as chamadas tarifas recíprocas, que poderão atingir até 50%. A maioria dessas medidas foi anunciada em 2 de abril, mas foi suspensa por 90 dias para permitir negociações.