Irã diz que Trump cessa a guerra com um telefonema e defende diplomacia
O ministro das Relações Exteriores do Irã reiterou que o seu país não começou esta guerra
Nesta segunda-feira (16), o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araqchi, afirmou que, se o presidente dos Estados Unidos quiser, pode deter a guerra entre Israel e o Irã com um único telefonema.
"Um único telefonema de Washington seria suficiente para amordaçar alguém como o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e abrir caminho para o regresso da diplomacia", disse Araqchi.
"Se Donald Trump for sincero em relação à diplomacia e quiser interromper esta guerra, os próximos passos são óbvios. Israel precisa cessar a sua agressão. Se não houver uma cessação completa da agressão militar contra nós, as nossas respostas continuarão", alertou o chanceler iraniano.
Araqchi acrescentou que o ataque de Israel ao Irã e as mortes de centenas de civis inocentes são um fracasso em frustrar um acordo entre o Irã e os Estados Unidos, que admitiu estar até agora no bom caminho. A sexta reunião marcada no domingo em Omã, país que mediaria o diálogo entre as partes, foi cancelada. Entretanto, garantiu que as conversações com os americanos sobre um novo acordo nuclear só podem ser retomadas quando o país parar de ser bombardeado e indicou que Washington é a maior apoiadora e cúmplice do agressor. Além disso, o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, reforçou junto ao presidente francês, Emmanuel Macron que não aceitará exigências irracionais sob pressão e não se sentará à mesa de negociações enquanto o regime 'sionista' continuar com seus ataques.
"Netanyahu é um criminoso de guerra procurado que enganou um presidente norte-americano após outro para travar guerras durante quase três décadas. Está fazendo com que mais um presidente dos Estados Unidos e cada vez mais contribuintes norte-americanos pareçam completos idiotas", acusou o ministro.
A declaração de Araqchi nas redes sociais foi acompanhada por imagens de uma sessão com Netanyahu no Congresso dos EUA, em 2002, na qual o premiê israelense defendeu a necessidade de invadir o Iraque porque esse país pretendia adquirir a bomba atômica.
O ministro das Relações Exteriores iraniano reiterou que o seu país não começou esta guerra e não quer perpetuar o derramamento de sangue, prometendo ainda lutar orgulhosamente até a última gota de sangue para proteger o território e o seu povo.
Já Trump e o líder russo, Vladimir Putin Rússia, conversaram na véspera e concordaram que o conflito deve terminar, no entanto não especificaram como e quando a guerra chegaria ao fim. Nos últimos dias, Putin também revelou que conversou com os dirigentes do Irã e Israel, e sugeriu ser um possível mediador entre os dois lados.