Israel considera trégua temporária em Gaza para libertar os reféns
Netanyahu adiantou que há ainda 20 reféns vivos confirmados em Gaza e cerca de 38 mortos
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou hoje em coletiva de imprensa, a primeira desde dezembro, que considera aceitar um cessar-fogo temporário na Faixa de Gaza para permitir a libertação dos reféns. No entanto, destacou que isso só acontecerá se houver oportunidade para tal, exigindo sempre uma troca de reféns.
O líder israelense adiantou que há ainda 20 reféns vivos confirmados em Gaza e cerca de 38 mortos. “Traremos todos de volta”, prometeu.
Netanyahu admitiu que Israel enfrenta uma enorme pressão internacional e nacional para terminar o conflito, mas assinalou que continua em total coordenação com os Estados Unidos, neste momento um dos poucos países que ainda se mantém completamente ao lado do regime de Tel Aviv.r
Também reiterou que Israel tem um plano muito organizado para atingir os seus objetivos de guerra em Gaza, que tem um propósito claro e justificado. “Derrotar o Hamas, trazer de volta todos os nossos reféns e garantir que Gaza não representa uma ameaça para Israel. E temos de atingi-los plenamente”, pontuou, acrescentando que as forças israelenses estão fazendo grandes detonações contra as fortificações do Hamas que ainda existem no enclave e que Israel vai controlar todos os territórios.
O premiê ainda acrescentou que o atual líder do Hamas, Muhammad Sinwar, aparentemente está morto. “Eliminamos dezenas de milhares de terroristas. Eliminamos vários líderes e provavelmente Muhammed Sinwar”, disse.
Muhammed é conhecido pelo codinome ‘A Sombra’, e se tornou líder do grupo após a morte de seu irmão Yahya Sinwar, ex-líder da organização terrorista, que foi assassinado em outubro do ano passado.
Além disso, Israel garantiu que entrou 100 caminhões com ajuda humanitária em Gaza nesta quarta-feira (21), afirmando que as entregas voltaram a acontecer depois da pausa anunciada no dia 2 de março. Segundo o gabinete que coordena estas entregas, a ajuda foi disponibilizada após recomendação das Forças de Defesa de Israel e informou que os caminhões contêm farinha, comida de bebê e equipamento médico.
Tiros contra comitiva diplomática na Cisjordânia
Enquanto isso, a chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Kaja Kallas, instou hoje o governo de Israel que investigue os disparos do exército israelense contra uma delegação de diplomatas de vários países, durante uma visita a cidade de Jenin, na Cisjordânia ocupada.
"Apelamos a Israel para que investigue este incidente e também para que responsabilize os responsáveis. Qualquer ameaça à vida de diplomatas é inadmissível", disse Kallas.
O vice-primeiro-ministro da Irlanda, Simon Harris, condenou o incidente nos termos mais fortes. "Estou chocado e consternado com os relatos de que as FDI dispararam tiros nas proximidades de uma visita a Jenin hoje por um grupo de diplomatas, incluindo dois diplomatas irlandeses baseados em Ramallah. Felizmente, ninguém se feriu. Isto é completamente inaceitável e eu condeno veementemente", declarou num comunicado.
Os chanceleres da França e Portugal convocaram os embaixadores de Israel em seus países para exigir explicações.
O exército israelense lamentou o episódio e alegou que suas forças fizeram disparos de advertência após a comitiva internacional com mais de 20 diplomatas ter se desviado da rota aprovada na visita.
Não houve relatos de feridos no incidente.