° / °

França, Reino Unido e Canadá ameaçam Israel com sanções

As medidas deverão ser tomadas para demonstrar insatisfação com as ações do governo de Israel em relação ao povo de Gaza

Por Isabel Alvarez

 AFP
Palestinos deixando o norte da Faixa de Gaza após ordens israelenses para evacuação. Foto: Bashar TALEB / AFP

Os líderes do Reino Unido, França e Canadá avisaram que os seus países vão tomar medidas concretas, incluindo com sanções específicas, caso Israel não termine a nova e intensa ofensiva militar na Faixa de Gaza e suspenda todas as restrições. O presidente francês Emmanuel Macron, o primeiro-ministro britânico Keir Starmer e o premiê canadense Mark Carney alertaram hoje que não ficarão de braços cruzados e permanecerão à margem diante das ações escandalosas e flagrantes do governo israelense de Benjamin Netanyahu.

“A negação de assistência humanitária essencial à população civil é inaceitável e arrisca violar o Direito Internacional Humanitário. Opomo-nos a qualquer tentativa de expandir assentamos na Cisjordânia. Não vamos hesitar em tomar mais ações, incluindo sanções. Estamos determinados a reconhecer um Estado palestino como uma contribuição para a realização de uma solução de dois Estados e estamos prontos para trabalhar com outros com esse fim”, afirma o comunicado em conjunto lançado pelo governo britânico.

No documento, os três líderes se referem à conferência prevista para junho na Organização das Nações Unidas que visa encontrar um consenso internacional em torno do objetivo de reconhecer o Estado da Palestina.


Os três dirigentes também advertiram serem contra novas ocupações no território autônomo da Cisjordânia. “Temos sempre apoiado o direito de Israel de defender os israelenses contra o terrorismo. Mas esta escalada é totalmente desproporcionada”, declararam Macron, Starmer e Carney.

Mas, incluindo o Reino, Unido, França e Canadá, ao todo 22 países, dentre os quais a Alemanha, Japão, Holanda, Suécia e Austrália, além da União Europeia, exigiram nesta segunda-feira (19) que Israel retome imediatamente a ajuda total à Faixa de Gaza. Segundo estas nações, o auxílio deve ser organizado pelas Nações Unidas e ONGs. Numa declaração conjunta, transmitida pelo Ministério das Relações Exteriores alemão, os serviços diplomáticos dos 22 países signatários consideraram que nem a ONU nem as ONG podem apoiar o modelo proposto por Israel. “Os signatários consideraram que o novo modelo de distribuição" que Israel acaba de decidir coloca os beneficiários e os trabalhadores humanitários em risco e prejudica o papel e a independência da ONU e dos nossos parceiros de confiança e liga a ajuda humanitária a objetivos políticos e militares. A ajuda humanitária nunca deve ser politizada e o território palestino não deve ser reduzido ou submetido a qualquer mudança demográfica", diz a nota.


A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que se encontra em Londres com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, e o presidente do Conselho Europeu, António Costa, reforçou que a situação humanitária em Gaza é inadmissível e pediu para que a ajuda internacional chegue aos civis palestinos. “Há dois meses que não entra em Gaza qualquer ajuda humanitária. A ajuda deve chegar imediatamente aos civis necessitados e o bloqueio à Faixa de Gaza deve ser interrompido imediatamente”, afirmou.

Em contrapartida, Israel anunciou hoje que começará a permitir a entrada de ajuda limitada em Gaza. Mas, Netanyahu garantiu que tomará o controle do enclave palestino, o que gerou críticas e a condenação da maioria da comunidade internacional.

O ministério das Relações Exteriores israelense informou que já começou a chegar em Gaza comida para bebês e que foi adiantado que será efetuado um carregamento de farinha e de medicamentos. No entanto, não detalhou a quantidade, onde ou quando.