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No Oriente Médio, Trump fecha contrato de 600 bilhões de dólares em Riade

Após a visita à Arábia Saudita, o líder norte-americano vai se deslocar para o Catar e aos Emirados Árabes Unidos

Por Isabel Alvarez

Brendan SMIALOWSKI / AFP
Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump



O príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, recebeu o presidente norte-americano, Donald Trump, que iniciou hoje uma viagem oficial de quatro dias ao Oriente Médio. Na capital saudita, os dois aliados de longo tempo, anunciaram um acordo em investimentos de 600 bilhões de dólares.

Em um comunicado oficial, a Casa Branca chamou o pacote de um compromisso histórico, que inaugura uma nova era dourada de parceria entre os dois países. Entre os investimentos destacados por Washington, a empresa saudita DataVolt planeja aplicar US$ 20 bilhões em centros de dados voltados à inteligência artificial e infraestrutura energética nos EUA. As gigantes como Google, Oracle, Salesforce, AMD e Uber, juntamente com a DataVolt, prometeram injetar US$ 80 bilhões em tecnologias transformadoras nas duas nações.

“Os primeiros acordos reforçam nossa segurança energética, a indústria de defesa, a liderança tecnológica e o acesso à infraestrutura global e a minerais críticos. O acordo cobre avanços da força aérea, defesa antiaérea, segurança marítima, modernização terrestre e comunicação. Esse conjunto de acordos foi construído rapidamente nos últimos quatro meses e representa o maior conjunto de acordos comerciais já registrado entre os dois países”, diz a nota da Casa Branca.

Esta é a primeira etapa da viajem de Trump pelo Golfo para fechar novos contratos para os EUA com seus parceiros da região. Após a visita à Arábia Saudita, o líder norte-americano vai se deslocar para o Catar e aos Emirados Árabes Unidos.

Segundo a Agência France Press, é esperado que em Doha e Abu Dhabi também sejam comunicados contratos comerciais relativos aos setores da defesa, aviação, energia e inteligência artificial.

 

Trump ainda declarou em Riade que vai resgatar mais reféns da Faixa de Gaza e que os habitantes do enclave merecem um futuro melhor, uma vez que apoia e já sugeriu a deslocação dos palestinos para outros países e sugeriu transformar a zona numa Riviera do Oriente Médio. O enviado especial dos EUA, Adam Boehler, endossou que existe agora uma maior probabilidade de garantir a libertação dos demais reféns, depois do refém israelense-americano Edan Alexander ter sido libertado na véspera pelo Hamas

Também disse que Washington quer realizar um acordo com o Irã, mas caso o governo de Teerã rejeite, terá de infligir pressão máxima. "E isso levaria as exportações de petróleo iraniano para zero", ameaçou, acrescentando que a escolha é do Irã e que não vai durar para sempre.

Trump suspende sanções à Síria

 

Donald Trump decidiu suspender as sanções contra a Síria depois de conversas com Mohammed bin Salman e o líder turco Tayyip Erdogan. De acordo com a Sky News, a informação foi divulgada apos a Casa Branca revelar que Trump deve se reunir com o presidente sírio, Ahmed al-Sharaa.

Trump disse que as sanções dos Estados Unidos impostas à Síria, durante o governo do regime do ditador Bashar al-Assad, foram brutais e paralisantes, mas cumpriram uma função importante naquele momento.

"Na Síria, que testemunhou tanta miséria e morte, há um novo governo e todos nós devemos torcer para que consiga estabilizar o país e manter a paz. Agora é o momento de eles brilharem. Vamos remover todas as sanções", disse Trump, desejando boa sorte à Damasco e enviando um recado. "Mostrem-nos algo muito especial."

Já na segunda-feira, Trump tinha admitido que podia ajudar os sírios, porque as atuais sanções não lhes dão muita vantagem. O presidente norte-americano, além disso, afirmou que o Secretario de Estado dos EUA, Marco Rubio, se encontrará com o ministro das Relações Exteriores sírio nesta semana.