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Sport: redução da folha salarial e de investimentos para se adequar à Série B

Rebaixamento para a Série B deixa o Sport com menos recursos para o planejamento para a próxima temporada

Por Gabriel Farias e Marcos Leandro

Ilha do Retiro, estádio do Sport

“A folha de hoje não é compatível para o ano que vem". Após a derrota por 4 a 0 para o Grêmio no domingo (07), na Ilha do Retiro, pela última rodada do Campeonato Brasileiro, o diretor geral do Sport, Enrico Ambrogini, elegeu uma das prioridades do clube: adequar a folha salarial à nova realidade do Leão, que vai jogar a Série B em 2026.

O custo mensal com o elenco gira em torno de R$ 6 milhões. Um valor que terá que ser reduzido de forma drástica para o próximo ano.  Por isso, o Comitê de Transição, com representantes das três chapas que vão disputar as eleições no dia 15 de dezembro, tem com um dos focos negociar a saída de atletas. 

“A folha de hoje não é compatível para o ano que vem. Se tem proposta de saída, de renovação, tem que tomar essas decisões o quanto antes", enfatizou Ambrogini, que defendeu também a contratação imediata de um técnico, para participar dessa movimentação de quem fica e quem sai. "Deixei claro a questão do treinador. Tem que ser decidida urgentemente", completou o dirigente. 


Após investir quase R$ 60 milhões em reforços no início deste ano, o Sport terminou o Brasileirão rebaixado e enfrentando atrasos salariais, contas básicas em aberto e dependência de receitas antecipadas. A situação gera preocupação e impacta diretamente o planejamento para 2026. A nova gestão terá o desafio de estancar a crise financeira, reconquistar credibilidade no mercado e montar um elenco competitivo para a Série B.

CRISE FINANCEIRA

O clube iniciou o pagamento dos salários em atraso dos funcionários, deixando regularizada a situação de todos, exceto dos jogadores, que acumulam três meses pendentes de direito de imagem (setembro, outubro e novembro). O Sport aguarda o repasse da última parcela da Liga Forte União (LFU) referente aos direitos de transmissão do Brasileirão, recurso considerado essencial para aliviar o caixa.

Há duas semanas, o Sport virou manchete até fora do país por ter o fornecimento de energia elétrica suspenso em sua sede social por falta de pagamento. "Eu não conheço a parte financeira do Sport. Mas sei que não é boa. Porque se cortaram a luz, não é boa. Eu não tenho nenhuma informação", afirmou um dos candidatos a presidente do Sport, Severino Otávio, Branquinho. Matheus Souto Maior e Paulo Bivar são os outros postulantes ao cargo. 


 

ÚLTIMAS AÇÕES 

Mesmo vivendo seus últimos dias como presidente do Sport, Yuri Romão fez duas movimentações no Sport. Uma delas foi a venda do zagueiro Riquelme ao Botafogo. A transação rendeu US$ 1.393.750,00 (cerca de R$ 7 milhões) e manteve com o clube 30% dos direitos econômicos do atleta.

Entretanto, o recurso nem vai entrar no caixa. Isso porque vai abater o saldo devedor da negociação da aquisição de 60% dos direitos econômicos do atacante Carlos Alberto com o Botafogo e também uma dívida de aproximadamente R$ 400 mil referente ao empréstimo de Leandrinho, em 2019.

Outra medida foi a troca da empresa que presta serviço de bilheteria e sócios, o que também gerou muitas críticas. O Sport rescindiu o contrato com a Imply e fechou com a Balada App, do cantor sertanejo Gustavo Lima, o que vai fazer o clube pagar uma multa pela quebra do vínculo.