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Beto Lago: ‘Renúncia com data marcada; crise sem prazo para acabar’

E tudo isso por uma gestão que insiste em prolongar sua própria agonia

Por Beto Lago

São Lourenço da Mata, PE, 15/11/2025 - SPORT FLAMENGO - Na noite deste sábado(15), a equipe do Sport recebeu a equipe do Flamengo pelo Campeonato Brasileiro da Serie A 2025 na Arena de Pernambuco. Torcedor do Sport

Crise programada
Os últimos movimentos do Sport continuam revelando incoerência. As renúncias do presidente Yuri Romão e do vice Raphael Campos, anunciadas ontem, deveriam representar um ponto de virada. Mas, como tudo na gestão, até a saída virou um tropeço. As cartas entregues garantem que eles só deixarão os cargos no dia 12 de dezembro, alegando respeito ao estatuto e ao “funcionamento regular” das atividades, enquanto listam feitos positivos e pedem desculpas pelos erros. Mas a torcida esperava, e o ambiente exigia uma saída imediata. Esse vaivém entre discurso e prática já virou marca registrada: o clube diz uma coisa, faz outra e tenta convencer que ambas são compatíveis. Não são. E é exatamente essa falta de coerência que aprofunda a sensação de vácuo de autoridade. O clube precisa de liderança, mas antes disso precisa de consistência. Sem isso, o buraco institucional cresce. E no Sport, quando esse buraco aparece, ele costuma engolir anos inteiros de futebol, orçamento e esperança. A preocupação da torcida é legítima: a preparação para 2026 está nas mãos de quem fracassou em 2025. Não há racionalidade alguma em permitir que os mesmos responsáveis pelos erros permaneçam definindo treinador, renovações e contratações. Thiago Gasparino e Enrico Ambrogini já deveriam ter sido desligados. Cada dia extra dessa dupla na Ilha é uma sentença de risco para o futuro presidente, seja ele quem for, de qualquer grupo. Infelizmente, vimos nenhuma solução com essas cartas. Planejaram a saída, mas esquecem de ver a solução. Renúncias com data marcada e uma crise sem prazo para acabar. O prejuízo esportivo está dado; o institucional, em curso; o futuro, comprometido. E tudo isso por uma gestão que insiste em prolongar sua própria agonia.

Prejuízos financeiros
A negociação entre Imply, BaladAPP (empresa ligada ao cantor Gusttavo Lima) e Sport sintetiza o caos instalado. Não há justificativa para romper um contrato com a Imply, que vai até 2028, que teve aditamento assinado em setembro, e que não apresenta nenhum fato concreto para rescisão. A entrada da BaladAPP traz ônus direto para a próxima gestão: multa, pagamento adicional e bônus pela assinatura. Fica a dúvida: o Conselho vai permitir esse contrato?

Minuta da eleição
Com a renúncia anunciada, mas não efetivada, a mesa diretora do Conselho elaborou a portaria definindo a data da eleição para 15 de dezembro. Entretanto, alguns conselheiros querem discutir todos pontos. Tudo será analisado e resolvido no dia 2 de dezembro, quando acontece nova reunião do Conselho.

Folha salarial do Náutico
No Náutico, o alerta é outro, mas igualmente sério. Com a previsão de contratar ao menos 10 jogadores, o presidente Bruno Becker projeta folha salarial inicial de R$ 2,5 milhões. É legítimo querer montar um elenco competitivo, mas a história recente cobra cautela. Se o clube elevar custos antes de garantir receitas compatíveis, o roteiro deste ano tende a se repetir. E o peso disso cai sempre no futebol.