° / °
Esportes DP Mais Esportes Campeonatos Rádios Serviços Portais

Beto Lago: 'Sport x Flamengo: o preço de um jogo'

Inicialmente Sport e Flamengo está marcado para o dia 13 de novembro, porém a Arena Pernambuco tem outro evento agendado para o mesmo dia, por isso a FPF tenta modificar a data da partida

Por Beto Lago

Sport e Flamengo ainda não se enfrentaram em 2025

O preço de um jogo
Todas as histórias que cercam esse jogo entre Sport x Flamengo mostram como tudo foi mal planejado pela gestão do clube leonino. Hoje, já não se tem tanta certeza que a partida será no dia 13 de novembro, muito menos na Arena de Pernambuco. Na data prevista pela CBF, o palco do jogo já tem um evento do setor imobiliário. E é bom lembrar que apenas soubemos desta venda da operação deste jogo – por mais que os dirigentes queiram dizer que não é isso – veio por conta do furo do jornalista Venê Casagrande, que trouxe os documentos assinados entre o Sport e uma empresa, que pagou R$ 3 milhões ao clube. Dinheiro já depositado na conta. Por mais que os dirigentes do Sport tentem tratar como um movimento financeiro, o episódio representa algo maior, e muito mais simbólico para o torcedor. Três milhões de reais não compram a confiança de uma torcida, nem apagam a sensação de distanciamento que vem crescendo entre o clube e o seu povo. Ainda mais por ser um dos confrontos mais emblemáticos de sua história recente. O Sport que sempre se orgulhou de ser um clube de massa, de resistência e de identidade regional, dá sinais de que tem se afastado de suas próprias raízes. Não é um caso isolado. Nos últimos anos, o clube vive uma sequência de tropeços dentro de campo que pesam no seu dia a dia. Foram anos seguidos na Série B e esperava-se que o salto financeiro na Série A mudasse a chave. No entanto, 2025 começou com contratações de alto custo e que não renderam em campo, o que reacende a dúvida sobre a real eficiência do planejamento. Quando se observa esse contexto, a decisão de vender a operação de um jogo emblemático soa menos como um movimento estratégico e mais como um reflexo de desorganização. Ou, pior, de desconexão.


Prejuízo na identidade
Se o Sport afirma estar financeiramente estabilizado, por que negociar um dos jogos mais aguardados e emblemático para sua torcida? Levar para a Arena de Pernambuco é abrir mão do Caldeirão da Ilha do Retiro, palco de tantas batalhas e conquistas. Ninguém espera que o Sport viva preso ao passado, mas há decisões que ferem a alma da arquibancada. É um erro abdicar de um território tão sagrado.


Encontrar o equilíbrio
O torcedor do Sport é exigente, mas, acima de tudo, é fiel. Ele aceita derrotas, reconstruções, até momentos difíceis. O que não aceita é ser colocado de lado. Quando se prioriza a contabilidade sobre o sentimento, o prejuízo maior não é financeiro, é de identidade. O Sport precisa reencontrar: o equilíbrio entre razão e emoção, entre o número e a essência.

A força do seu torcedor
O que sustenta o Sport, desde 1905, não são balanços financeiros. É o torcedor. É ele quem paga o preço, quem sente, quem cobra. E é ele quem nunca abandona. Mesmo quando o clube insiste em se afastar dele. O dinheiro pode resolver um problema momentâneo. Mas recuperar a confiança da arquibancada, essa, sim, é a operação mais difícil que o Sport terá de fazer.