Conselho do Sport cobra comprovação de assinaturas em pedido de impeachment de Yuri Romão
Ademar Rigueira, pesidente do Conselho, pede que grupo "Leões Pela Mudança" comprove, em 15 dias, que sócios tinham ciência do conteúdo do requerimento
Bastidores políticos aquecidos. O presidente do Conselho Deliberativo do Sport, Ademar Rigueira, emitiu parecer nesta segunda-feira (7) determinando que os responsáveis pelo pedido de impeachment do presidente Yuri Romão apresentem, no prazo de 15 dias úteis, comprovação de que os sócios que assinaram o documento sabiam o conteúdo do requerimento.
O movimento Leões Pela Mudança havia protocolado o pedido no último dia 30 de setembro, com quase 1.000 assinaturas, número que representa o dobro do mínimo exigido pelo estatuto para abertura de um processo dessa natureza. O pedido de impeachment chega em meio a um momento delicado para o Sport, que ocupa a lanterna do Campeonato Brasileiro da Série A.
No despacho, Rigueira apontou "falhas formais e ausência de comprovação de legitimidade" na coleta das assinaturas. Segundo o presidente do Conselho, não há elementos que confirmem que os signatários tiveram acesso ao conteúdo completo das acusações contra Yuri Romão, ou que autorizaram formalmente a representação do grupo.
"As folhas do requerimento não são rubricadas pelos sócios, e a página final, que traz as conclusões e os pedidos, também não. O documento, da maneira como foi apresentado, revela a natureza de material apócrifo", destacou o parecer.
O pedido de convocação de Assembleia Geral Extraordinária, que tem como objetivo destituir o presidente executivo do Sport, foi protocolado com base no artigo 70 do Estatuto do clube e faz referência a supostos descumprimentos de dispositivos internos e da Lei Geral do Esporte (Lei nº 14.597/2023). Entre os pontos citados estão alegações de gestão temerária, violação da moralidade administrativa e descumprimento de normas desportivas.
No entanto, o parecer de Rigueira enfatiza que, antes de discutir o mérito das acusações, é preciso garantir a legitimidade formal do processo. Em trecho do parecer, Ademar Rigueira sugere que o documento pode ter caráter político, sem respaldo jurídico claro.
O dirigente cita que a coleta de assinaturas teria ocorrido "nas cancelas da Ilha do Retiro em dias de jogos", o que poderia indicar que muitos sócios apenas manifestaram insatisfação com a má fase do time.
"É possível considerar que a subscrição do documento se trate de mera manifestação de repúdio pelo evidente insucesso do Sport em sua campanha no Campeonato Brasileiro da Série A", escreveu.
Mesmo diante das irregularidades apontadas, o presidente do Conselho optou por não rejeitar de imediato o pedido. Em vez disso, determinou que o grupo responsável emende o requerimento em até 15 dias úteis, apresentando documentação que comprove o consentimento formal dos signatários. Caso o movimento cumpra as exigências, o processo poderá seguir para análise de mérito.