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Beto Lago: 'Quem faz melhor trabalho entre os treinadores do Trio de Ferro da Capital?'

No programa Léo Medrado & Traíras, levantamos a questão inevitável sobre quem faz o melhor trabalho entre os treinadores do Trio de Ferro

Por Beto Lago

Daniel Paulista, Marcelo Cabo e Hélio dos Anjos, técnico de Sport, Santa Cruz e Náutico

Qual melhor trabalho?
No programa Léo Medrado & Traíras, levantamos a questão inevitável: entre os treinadores do Trio de Ferro, quem entrega mais? Meu voto foi para Hélio dos Anjos, do Náutico. Mas há uma ressalva: em termos de grau de dificuldade, ninguém enfrenta um cenário mais ingrato do que Daniel Paulista no Sport. Basta lembrar a distância técnica abissal que separa Flamengo e Palmeiras do elenco rubro-negro, enquanto Caxias e São Bernardo estão em pé de igualdade com o Timbu. O caso mais curioso é o de Marcelo Cabo no Santa Cruz. Conquistou o acesso e ainda vai decidir a Série D, liderando os números com relação aos outros dois treinadores, com um aproveitamento de 60%. Mas alguém se empolgou com o futebol do Tricolor nos mata-matas? Longe disso. Cabo foi o único a ter algum tempo antes do Brasileiro – ainda que curto – e nem assim entregou desempenho convincente na reta final. Já Hélio, que assumiu na segunda rodada, soma 54% de rendimento e transformou o Náutico em um time competitivo. Verdade que as duas derrotas deram uma esfriada na confiança do seu torcedor. Já Daniel Paulista, por sua vez, herdou o Sport fragilizado por António Oliveira. Estreou nas quartas da Copa do Nordeste e no Brasileiro, na 13ª rodada. Com 33% de aproveitamento, é alvo fácil da crítica. É fácil cobrar, difícil é reconhecer: sua missão é indiscutivelmente a mais ingrata.

Tática acima de tudo
Sim, o discurso motivacional conta. Mas não basta. Se o Náutico quiser sobreviver em Campinas, contra Guarani e Ponte, precisa muito mais que astral renovado. A verdade é simples: sem treinos táticos consistentes, o Náutico não terá como surpreender Ponte Preta e Guarani. O time de Hélio é previsível, roda a bola, mas esbarra em defesas organizadas. Os adversários certamente virão fechados, e empates nessas partidas não servem de nada. A hora é de ousar: treino, repetição, variação. Motivação sem estratégia não ganha acesso.

Cadê os jogadores que pensam?
Djalminha, um dos últimos gênios da bola, tocou em uma ferida que poucos têm coragem de expor. O futebol brasileiro formava craques criativos, hoje fabrica atletas que apenas correm. Nas bases, priorizam-se esquemas e corredores incansáveis, mas se sufoca a improvisação. Resultado: somem os meias pensadores, multiplicam-se os “operários”. Mais grave ainda: no profissional, até bater falta virou artigo proibido. Enquanto no basquete os ídolos ficam horas a mais treinando fundamentos, aqui se evita treino “para não cansar”. É o retrato de um futebol cada vez menos espetáculo e cada vez mais burocrático.

Boom na arrecadação
O governo comemora: de janeiro a agosto, a arrecadação com apostas esportivas já rendeu R$ 5,62 bilhões em impostos, segundo a Receita Federal, incluindo IRPJ, CSLL, PIS/Cofins e contribuições previdências. A formalização das operadoras e a regulamentação recente impulsionaram a arrecadação, que deve superar R$ 8,4 bilhões até o fim do ano. Além disso, eventos como Copa do Mundo de 2026 e Jogos Olímpicos de 2028 devem ampliar o mercado.