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Beto Lago: "Sport cai pelo futebol e por inúmeros erros de sua gestão"

O Sport se apequenou por erros em campo e fora dele. A gestão assinou essa tragédia de campanha, transformando o clube em um retrato fiel de incompetência e distanciamento de sua própria torcida

Por Marcos Leandro

Yuri Romão, presidente do Sport

Apequenou
Não há desculpa que encubra o fracasso. O Sport se apequenou por erros em campo e fora dele. A gestão assinou essa tragédia de campanha, transformando o clube em um retrato fiel de incompetência e distanciamento de sua própria torcida. O rubro-negro não cai apenas de divisão: cai de dignidade. Em campo, o time não consegue jogar. Suas limitações técnicas são gritantes, mesmo diante do esforço dos atletas em campo. E para uma disputa de Série A, isso faz uma enorme diferença. O torcedor, que segue comparecendo em grande número à Ilha do Retiro, tenta carregar a equipe nas costas. Porém, o que recebe em troca é vergonha atrás de vergonha. A Ilha do Retiro, antes uma fortaleza intransponível para os adversários, virou um território de temor para seu torcedor, que assiste, incrédulo, à superioridade dos rivais. Não é apenas a bola que não entra. O time não tem o espírito que sempre marcou os grandes times do clube. Aliás, esse rebaixamento que se aproxima não é acidente de percurso. Mas, consequência direta da apatia no gramado e, sobretudo, da gestão que conduziu o clube a este buraco. Fica claro que muita coisa precisará ser feita nos próximos 18 jogos que o Sport tem pela frente neste Brasileiro. Para evitar mais atuações vergonhosas. O clube se apequenou. Até porque o Leão não vem apenas perdendo jogos. Está jogando longe o respeito, a identidade, a dignidade. Cai pelo fraco futebol e pelos erros fora dos gramados. Essa mancha, infelizmente, está se transformando na maior de todas na rica e vitoriosa história do Sport Club do Recife.

Montagem desastrosa
Se a campanha do Sport já envergonha, pior ainda é encarar a montagem desse elenco. O nível técnico é tão baixo que parece ter sido escolhido de forma amadora. A impressão que passa é que os gestores, importados do Sudeste, nunca viram um Brasileirão na vida. Como justificar a contratação de dois laterais dispensados pelo Santos, um time que também luta na parte de baixo da tabela? É a prova de que faltou critério, visão e, sobretudo, responsabilidade.

Sem alma rubro-negra
O erro vai além das quatro linhas. Dirigentes sem lastro no futebol, em funções estratégicas como se fossem especialistas e sem qualquer ligação com o clube e a região. Isso não se aprende apenas com cursos ou selos da CBF ou de universidades. Falta identidade, falta comprometimento, falta entender o peso da camisa rubro-negra. O resultado está aí: um ano que mereceria reprovação em cadeiras dos tais cursos.

A culpa de Daniel Paulista
Outro ponto que não pode passar despercebido é a queda brusca de rendimento desse já limitado elenco nos últimos jogos. A deficiência técnica é evidente, mas não dá para isentar Daniel Paulista. Com o que tem nas mãos, o mínimo que se espera é uma equipe combativa, que lute até o fim. O que se viu, no entanto, foi um time sem fôlego, sem intensidade e facilmente dominado pelos adversários. A falta de vigor físico e de reação dentro de campo deixa claro que falta um mínimo de padrão para evitar que a equipe siga ladeira abaixo.