Beto Lago: 'A mudança de treinador não é um milagre, mas um atalho para resgatar confiança e performance'
Daniel Paulista e Hélio dos Anjos mudaram o ambiente dentro do Sport e do Náutico na temporada
Deram certo
A chegada de um novo treinador pode, sim, mudar a cara de um time. Basta pegar os exemplos de Daniel Paulista, no Sport, e Hélio dos Anjos, no Náutico. Antes deles, as equipes sofriam crises técnicas e táticas, além da parte emocional. Ambiente pesado, confiança em baixa e quase nenhuma conexão com suas torcidas. Combinação que geralmente leva a um ciclo negativo, onde mas atuações geram resultados ruins, crescendo a pressão e, assim, afetando dentro de campo. Quando um novo treinador assume vemos rápidos alguns fatores que promovem essa guinada. Um técnico recém-chegado provoca uma mudança de ambiente e novas ideias, refletindo no discurso confiante. Ele chega a "limpar o ar", trazendo uma reconexão dentro do vestiário e com seu torcedor. Os ajustes táticos precisam ser rápidos e eficazes. Nada de reinventar a roda. Pequenas mudanças e ajustes trazem resultados imediatos. Daniel e Hélio fizeram isso nas suas equipes.
São mais combatidas, com melhor postura defensiva e com mais criação ofensiva. E, no fim, resgatar a confiança de cada atleta, que irá refletir no coletivo. Jogadores como Matheus Alexandre (Sport) e Patrick Allan (Náutico) sofriam com as críticas. Treinador, sim, salva times. Não é mágica certa. Ele não entra em campo e precisa do respaldo interno (elenco e diretoria) para conduzir o grupo ao sucesso. Hélio dos Anjos pode não garantir o acesso do Náutico. Muito menos, Daniel Paulista será o salvador de um rebaixamento iminente do Sport. Mas eles conseguiram, com leitura correta das necessidades, a recolocar as equipes no trilho. Mais do que comprovado que no futebol, liderança e estratégia caminham lado a lado, com talento e empenho em campo.
Precisa evoluir
Deixando um pouco de lado a emoção da classificação, o Santa Cruz segue sem jogar bem. Pouca evolução tática, algumas jogadas de bola parada e muita vontade em campo. Contra o Altos, o técnico Marcelo Cabo precisa trabalhar mais o coletivo, com mais variações de jogo. É obrigação fazer um placar neste primeiro duelo para que o time piauiense não consiga tirar a diferença em seu estádio.
Ainda dá para o Retrô?
A pergunta que muitos se fazem é se o Retrô ainda tem chances de escapar do rebaixamento. Com três jogos restantes na primeira fase — sendo dois fora de casa (Maringá, no próximo confronto, e Confiança, na rodada final) e apenas um na Arena (ABC) — a situação é delicada. Enfrentar dois adversários que também lutam contra a queda, enquanto a equipe sergipana sonha com o G8, torna essa missão ainda mais difícil.
A última vez
Foi no final de semana de 3 e 4 de junho de 2023 que Pernambuco celebrou “a rodada perfeita”, com 100% de vitórias em Brasileiros, como destaca o jornalista Mateus Schuler. Na Série B, o Sport venceu o Londrina no Estádio do Café. Pela Série C, o Náutico triunfou sobre o Pouso Alegre, no Manduzão. E na Série D, o Santa Cruz superou o Sousa no Arruda, enquanto o Retrô garantiu a vitória diante do Jacuipense, no Valfredão.