Sindicato dos Atletas repudia invasão ao CT do Sport
Entidade notifica o clube e alerta para risco à integridade física e mental dos jogadores
A invasão ao Centro de Treinamento José de Andrade Médicis, na última quarta-feira (16), por integrantes de torcida organizada do Sport, contou com agressões, ameaças e depredação do patrimônio. A ação violenta expôs jogadores e funcionários a uma situação de risco e provocou repercussão dentro e fora do ambiente esportivo.
Durante o episódio, o atacante Pablo chegou a ser agredido fisicamente, em uma cena registrada em vídeo que circula nas redes sociais. Imagens mostram a entrada dos torcedores, exibindo o momento em que o portão é empurrado e aberto à força. Uma câmera de segurança também foi depredada no ato.
Um dia após o ocorrido, na quinta (17), o Sindicato dos Atletas Profissionais de Futebol de Pernambuco (SAPFEP) notificou o Sport pela invasão de uniformizada ao CT. Em contato com o Diario de Pernambuco, o Sindicato se manifestou com firmeza sobre o caso e ressaltou o tema da proteção aos jogadores. Tanto o presidente da entidade, Ramon Ramos, quanto o advogado Artur Vieira, do setor jurídico, fizeram lamentaram toda a situação.
"Nossa função é notificar o clube, preservar a integridade física do jogador, o lado psicológico do atleta. Foi uma pressão muito forte, e isso não vai levar a nada, não resolve o problema do Sport. Pelo contrário", afirmou Ramon Ramos.
O presidente da SAPFEP também repudiou os atos violentos protagonizados por membros das organizadas.
"Vergonhoso o que aconteceu. A gente lamenta, e, para preservar o lado do jogador, tomamos nossa posição", completou.
Do ponto de vista jurídico, a entidade citou consequências legais do ocorrido, especialmente com base nos direitos dos atletas garantidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
"Foi notório que houve a invasão ao CT do Sport, colocando em risco a integridade dos jogadores. Um participante da torcida organizada chegou a ameaçar, inclusive com palavrões, e afirmou, de forma incisiva, que poderia haver algo ainda mais grave", destacou o advogado Artur Vieira.
"Atento, o sindicato notificou o Sport para que tomasse providências rigorosas no sentido de impedir que essas invasões voltassem a ocorrer, evitando danos físicos e psicológicos aos jogadores. Isso é passível de multa. Se o jogador for afetado, ele pode pedir a rescisão direta. Mas o Sport se comprometeu a tomar providências para que isso não se repita", completou.
Medidas do Sport e apuração do MPPE
Na última sexta-feira (18), o Sport encaminhou ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) um pedido para abertura de inquérito criminal contra os torcedores que participaram da invasão. O clube informou que disponibilizará as imagens do circuito interno de segurança e buscará identificar os invasores com base no cadastro de biometria facial.
O Ministério Público avaliará as provas enviadas pelo clube e decidirá sobre a instauração do inquérito até a próxima segunda-feira (21).
Um dia antes, na quinta-feira (17), o presidente do Conselho Deliberativo do Sport, Ademar Rigueira, também se posicionou em coletiva de imprensa, classificando o episódio como criminoso e prometendo que o clube não terá mais qualquer relação com a torcida organizada envolvida.
Em nota oficial, o Sport confirmou que já sabia da presença de torcedores do lado de fora do CT e que chegou a se preparar para receber um protesto pacífico, com presença de membros do departamento de futebol. No entanto, o clube condenou a invasão das instalações, frisando que se trata de um ambiente de trabalho que deve preservar a integridade física e emocional de seus profissionais.