Thiago Galhardo rompe silêncio e detalha motivos de sua saída do Santa Cruz
Dívidas e promessas não cumpridas: Galhardo expõe motivos para ter deixado o Santa Cruz
O atacante Thiago Galhardo se manifestou publicamente nesta terça-feira (02) sobre o pedido de rescisão contratual com o Santa Cruz. Em comunicado, o jogador afirmou que sua decisão foi motivada por uma “quebra de confiança” e pelo “não cumprimento de obrigações básicas” por parte do clube, que, acumulava débitos trabalhistas.
De acordo com Thiago Galhardo, no momento em que a ação foi movida, o Santa Cruz lhe devia dois meses de salário, dois meses de direito de imagem, um mês de moradia e todo o FGTS referente ao período no clube, além de pendências financeiras com seu empresário, Flávio Trivella. O atacante disse ter buscado soluções por meio de diálogo com Iran Barbosa (investidor da SAF), o presidente Bruno Rodrigues e o CEO Pedro Henriques, mas não obteve retorno concreto.
O jogador também ressaltou que sua ausência na reapresentação não teve relação com falta de profissionalismo. Pelo contrário, segundo ele, como uma das lideranças do elenco, era cobrado pelos próprios companheiros em função de promessas feitas pela diretoria e não cumpridas. Galhardo contou que situação semelhante já havia ocorrido em outro momento da temporada, mas optou por não acionar o clube para não prejudicar a equipe durante a disputa do acesso.
“Fiz tudo o que estava ao meu alcance para evitar que a situação chegasse a esse ponto”, afirmou, reforçando que não busca conflito ou vantagem pessoal, apenas o cumprimento de seus direitos trabalhistas.
Apesar do desgaste, o atacante fez questão de agradecer o carinho da torcida coral e lamentou que os planos traçados para sua trajetória no clube tenham sido interrompidos. Ele encerrou a nota desejando que o impasse seja resolvido com “justiça, transparência e respeito” e desejou sorte ao Santa Cruz.
Confira a nota oficial de Thiago Galhardo sobre sua saída do Santa Cruz:
Quando aceitei defender o Santa Cruz, foi porque acreditei na seriedade do projeto e na responsabilidade das pessoas que conduzem o clube. Entrei de corpo e alma, decidido a fazer parte de algo positivo e confiando plenamente no que me foi apresentado, fato que infelizmente não aconteceu.
No momento em que entrei com a ação o clube me devia:
- 2 meses de salário de carteira,
- 2 meses de direito de imagem,
1 mês de moradia,
todo o FGTS atrasado,
além de manter pendências financeiras com o meu empresário, Flávio Trivella, referentes a acordos firmados e não cumpridos.
Durante as semanas que antecederam esse fato, tentei de todas as formas encontrar uma solução por meio do diálogo. Busquei entendimento diretamente com o Iran (SAF), com o presidente Bruno Rodrigues e com o CEO Pedro Henriques. Todos prometeram retorno, mas nenhuma resposta concreta foi dada. Fiz tudo o que estava ao meu alcance para evitar que a situação chegasse ao ponto em que chegou.
A minha não apresentação não tem qualquer relação com falta de profissionalismo, muito pelo contrário. Como liderança do grupo, fui cobrado pelos meus próprios companheiros diante de promessas feitas ao elenco e não cumpridas. Antes do acesso, fomos informados de que tudo seria pago. Depois do acesso, tudo mudou.
Em um momento anterior da temporada, uma situação semelhante já havia acontecido, optei por não acionar o clube por estarmos no meio da competição, justamente para não prejudicar o elenco e para preservar o ambiente enquanto buscávamos o acesso. Naquela ocasião, inclusive, fiz o possível, mesmo não sendo minha responsabilidade, para ajudar companheiros e funcionários, mantendo o grupo unido e focado no nosso objetivo maior. Mas agora, diante da repetição dos problemas, não encontrei outra solução
Quero deixar claro que não estou buscando conflito, tampouco vantagem pessoal. Estou apenas exercendo meus direitos como trabalhador, depois de ver todas as tentativas de uma solução amigável se esgotarem.
Tenho respeito profundo pelo Santa Cruz por sua torcida, que sempre me tratou com carinho. Tentei retribuir esse respeito com dedicação máxima todos os dias. Gostaria muito que tudo tivesse acontecido da maneira correta, como me foi prometido. A torcida e o clube. não merecem passar por isso.
Infelizmente, a quebra de confiança e o não cumprimento das obrigações fizeram com que os planos e objetivos que eu tinha com essa camisa fossem adiados, algo que me frustra e me entristece profundamente. Agora, torço para que tudo seja resolvido o mais rápido possível, com justiça, transparência e respeito, para que cada parte siga seu caminho com dignidade. Por fim, desejo toda sorte ao Santa Cruz e seus torcedores. Vocês merecem o melhor, sempre.