° / °
Esportes DP Mais Esportes Campeonatos Rádios Serviços Portais

Beto Lago: 'Do alívio do acesso do Santa Cruz ao desafio de se manter e crescer'

A gestão do Santa Cruz precisa ter a capacidade de aprender com tudo que foi feito no passado

Por Beto Lago

Jogadores do Santa Cruz

Do alívio ao desafio
O Santa Cruz fez o que se esperava: confirmou o favoritismo na Série D e conquistou o acesso. Com a maior folha salarial da competição, não havia outro resultado aceitável. Ainda assim, o futebol apresentado em boa parte da campanha deixou dúvidas e certa desconfiança no torcedor. Mas o objetivo principal foi cumprido. Agora, começa o jogo mais difícil: planejar. O professor Guibson Dantas resumiu bem: “sair da Série D é voltar a ser, de fato, um clube no cenário nacional”. O clube precisa se preparar para 2026 com um calendário nacional garantido, evitando o erro crasso de 2024, quando ficou refém do Estadual e simplesmente sem calendário brasileiro. A expectativa gira em torno da fórmula da Série C – se seguirá com 19 rodadas e quadrangular final ou se será equiparada às Séries A e B, com 38 jogos. Seja qual for o modelo, o Santa precisará de elenco, estrutura e, sobretudo, profissionalismo. O acesso traz ganhos concretos. O clube ganha mais pontos no ranking da CBF, mais visibilidade e aumento de cota – Até agora pouco mais de R$ 1,2 milhão nos cofres. É positivo, claro, mas insuficiente diante do tamanho do buraco financeiro acumulado. Só a SAF, bem negociada, dará o fôlego para reconstrução. Mas convém não se enganar. O acesso não apaga os erros que levaram o Tricolor ao fundo do poço. E a gestão precisa ter a capacidade de aprender com tudo que foi feito no passado. A diretoria e os investidores terão que mostrar, a partir de agora, se o Santa Cruz vai retornar a ser protagonista ou ser apenas um mero figurante no futebol brasileiro.

Ficaria com Cabo e Galhardo?
A discussão sobre quem fica e quem sai no Santa Cruz gira em torno de dois nomes: o atacante Thiago Galhardo e o técnico Marcelo Cabo. Para 2026, não ficaria com ambos. Colecionaram mais tropeços que acertos, justamente na reta final da temporada. Cabo mostrou pouca leitura de jogo e escolhas questionáveis, e Galhardo, mesmo com toda experiência que carrega, deveu dentro de campo. Manter por reconhecimento seria um erro da diretoria coral.

Mais testes na Canarinha

Para este último jogo das Eliminatórias, Carlo Ancelotti acerta em mudar a Seleção para enfrentar a Bolívia. Por precaução com cartões ou para observar novas peças, os testes são fundamentais. O Brasil está classificado e esse é o momento ideal para abrir o leque, conhecer melhor os jogadores e ajustar opções antes dos amistosos de olho na Copa. Além disso, o duelo será em El Alto, a 4.150 metros de altitude, um desafio que por si só já exige adaptações.

Críticas a Ancelotti
Porém, nem todos engolem os “testes” de Carlo Ancelotti. A chiadeira vem, sobretudo, de Barcelona, incomodada com a decisão do treinador de deixar em Madrid o trio Militão, Vini Jr. e Rodrygo, enquanto segura Raphinha para este jogo. Para os catalães, o técnico adota “dois pesos e duas medidas”: preserva a turma do Real e colocando um do Barça em campo em um jogo de caráter quase amistoso. A velha rivalidade espanhola, que há anos extrapola as quatro linhas, agora também respinga nos bastidores da Seleção.