Executivo do Náutico apresenta organograma com extinção da diretoria de esportes olímpicos; conselheiro rebate
Segundo o conselheiro Paulo Monteiro, a decisão é uma agressão frontal à tradição do Náutico
Em reunião realizada na última terça-feira (2) no Conselho Deliberativo, o poder executivo do Náutico apresentou um novo organograma da gestão do clube para o próximo biênio de 2026/2027. Um dos temas de maior discordância foi a decisão de extinguir a diretoria de esportes olímpicos do clube.
Para substituir a extinção, o presidente Bruno Becker definiu que os esportes olímpicos serão subordinados por uma diretoria comercial, que também irá gerir outros departamentos do Timbu.
A decisão, porém, foi rebatida com veemência pelo conselheiro Paulo Monteiro através de um ofício. Segundo ele, a escolha é uma agressão frontal à tradição do Náutico, além de ferir frontalmente o Estatuto do clube.
Ainda há dúvidas no Conselho Deliberativo do Náutico se o presidente tem legitimidade para extinguir uma diretoria estatutária. A mudança é uma das promovidas por Bruno Becker após a sua reeleição. Ao todo, o clube terá seis diretorias na sequência da gestão, são elas: Futebol, Social, Administrativo / Financeiro, Jurídico, Comunicação e Mercado.
Confira trecho do ofício do conselheiro Paulo Monteiro:
Antes mesmo de suas conquistas no futebol, o Náutico já irradiava grandeza por meio do
remo, com atleta convocado para seleção brasileira, vindo em seguida a prática do tênis,
da natação, que tivemos atletas recordistas sul-americano e panamericano, além de uma
atleta que participou de uma olimpíada, do basquete que teve atleta convocado para
seleção brasileira, vôlei e futsal, sendo este último, inclusive, Campeão Brasileiro. São
modalidades que moldaram gerações de atletas, formaram cidadãos, revelaram talentos
e ajudaram a escrever capítulos de orgulho no esporte pernambucano e nacional.
Por isso, a decisão de extinguir o departamento de esportes olímpicos não é apenas
equivocada: é uma agressão frontal à tradição e à memória do clube. Trata-se de um
rompimento com a essência que deu origem ao Náutico e com a contribuição de tantos
dirigentes, associados e atletas que dedicaram décadas de suas vidas para engrandecer o
Clube, fortalecer essas modalidades e manter viva a identidade poliesportiva da
instituição.
Além de incoerente com a história, a decisão fere frontalmente o Estatuto do Clube
Náutico Capibaribe, que reconhece sua vocação poliesportiva e estabelece a promoção e
o desenvolvimento dos esportes olímpicos como pilares fundamentais da instituição.
Desconsiderar esse preceito estatutário significa ultrapassar limites administrativos e
afrontar a governança que orienta o clube há gerações.
Que esta decisão apresentada na reunião do Conselho Deliberativo no dia 02/12/2025 seja
revista com a urgência e a responsabilidade que o tema exige, por ser contraditória,
desrespeitosa e equivocada. O Náutico merece respeito, e respeito se demonstra
preservando sua essência e sua história, não apagando aquilo que o tornou grande.