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Beto Lago: 'Reunião extraordinária no Conselho vai mexer com ambiente político do Náutico'

A reunião no Conselho do Náutico acontecerá no mês de novembro

Por Beto Lago

Bruno Becker, presidente do Náutico

Os requerimentos
O clima político no Náutico promete esquentar novamente. Na próxima semana, o Conselho Deliberativo voltará a discutir os requerimentos que tratam do possível descumprimento do estatuto pelo presidente executivo, Bruno Becker. Depois de meses de espera, o assunto que havia sido adiado para “preservar o ambiente” no início do Brasileiro volta à pauta. Os conselheiros irão analisar pontos sensíveis da gestão: a condução do processo de Recuperação Judicial, os pedidos de punição ao presidente e as chamadas “receitas extraordinárias”, que envolvem entradas financeiras fora do orçamento ordinário do clube. Os requerimentos haviam sido retirados de pauta em abril, num movimento político claro para evitar que uma crise institucional se somasse à instabilidade dentro de campo. Agora, com o acesso garantido e a temporada chegando ao fim, o Conselho retoma o debate sobre responsabilidade, transparência e limites de poder dentro dos Aflitos. Caso Bruno Becker seja punido, abre-se um novo cenário. Há interpretações distintas no próprio Conselho sobre o efeito de uma eventual sanção. Parte dos conselheiros entende que até uma simples advertência já poderia tornar o presidente inelegível para o pleito deste ano. Outros afirmam que apenas uma punição mais severa (suspensão, falta grave ou mesmo impeachment) teria esse efeito.

Possibilidade de uma AGE
Em qualquer hipótese, um processo desse tipo não se encerra apenas no Conselho. Uma decisão mais drástica precisaria ainda passar pelo crivo de uma Assembleia Geral Extraordinária, o que transformaria a discussão jurídica e política em teste de fogo para a unidade alvirrubra. O Náutico vive um momento de reconstrução dentro de campo. Mas fora dele, o desafio é igualmente grande: reencontrar o equilíbrio institucional e reafirmar o respeito às próprias regras, algo que, historicamente, o clube tem dificuldade em manter.

Gratidão não sobe divisão
Chegamos na época de contratações/renovações de elenco. Mas espero que os dirigentes tenham a sensibilidade para entender que quem ajudou no acesso merece respeito, reconhecimento e palmas. Mas não é motivo para renovar contratos. O futebol pernambucano já pagou caro demais por manter elencos por emoção, não por desempenho. O mérito do acesso deve ser celebrado e encerrado ali. Agora é hora de gestão. De olhar para frente e entender que o futuro se constrói com escolhas frias, não com lembranças quentes.

Quem ficaria?
Meus nomes seriam Muriel, Mateus Silva, Carlinhos, Igor Fernandes, Igor Pereira, Lucas Cardoso, Vitinho e Vinícius. Alguns podendo ser titular, outros para compor elenco. O Náutico precisará contratar um novo time titular e não jogadores para disputar posição. A diferença entre o acesso e a consolidação está nestas decisões. E lembrando que a manutenção de Hélio dos Anjos passa pela próxima eleição.