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Bancos acompanham o comportamento do país

Diretora-adjunta da Febraban, que esteve no grupo que criou o meio de pagamento, fala sobre a aceitação do Pix e o novo método de segurança

Por Pedro Ivo Bernardes

Diretora-adjunta de Inovação, Tecnologia e Cibersegurança da Febraban, Carolina Sansão

O Pix, sistema digital de pagamentos desenvolvido no Brasil, está na mira do presidente dos Estados Unidos sob a justificativa que mecanismos como Pix Automático, Pix por Aproximação e Pix Parcelado (que deve ser lançado ainda neste trimestre) estariam prejudicando empresas americanas, como Visa, Mastercard e American Express.

Nesta entrevista ao jornalista Pedro Ivo Bernardes, titular da coluna Diario Econômico, Carolina Sansão, diretora-adjunta de Inovação, Tecnologia e Cibersegurança da Febraban, fala sobre a evolução da tecnologia bancária, Pix e a nova versão do Mecanismo Especial de Devolução, o MED 2.0, que deve começar a funcionar no primeiro trimestre do próximo ano.


 

BRASIL DIGITAL


A primeira coisa que é importante contextualizar é o comportamento do brasileiro. É ele quem dita algumas regras, inclusive os caminhos do investimento para os bancos. Hoje temos um Brasil, que apesar de todas as questões sociais, é muito digital. Quase toda a população tem um celular na mão e, com o celular, o acesso à internet. Então, quando a gente fala dessa mobilização para o digital, pegamos o comportamento do brasileiro e buscamos entender o que está acontecendo para adequar à evolução dos bancos. A pandemia consolidou a migração para o digital.

USABILIDADE


Os nativos digitais têm mais facilidade de absorver a tecnologia, mas a geração anterior se adaptou muito rapidamente à tecnologia, mesmo com alguma dificuldade. E como a Febraban consegue auxiliar essa população? A gente faz campanhas, a gente tem um trabalho muito em cima da usabilidade. Quando a gente fala usabilidade e experiência do cliente, é preciso que ele entenda o quão fácil é você realizar qualquer tipo de serviço dentro de um canal digital.

PIX


O Pix, eu trato como um filho. Eu tive a oportunidade de participar do projeto desde o começo. Fiz o secretariado do grupo de segurança para o próprio Banco Central, unindo as associações para discutir o produto. A inovação do Pix não se deu só porque era um novo meio de pagamento, porque a gente já tinha as transferências eletrônicas, o pagamento eletrônico de boletos, cartão de crédito... O Pix veio com um diferencial de uma jornada simplificada. Com ele, consigo fazer agendamentos de contas, por exemplo, de uma academia, que eu preciso pagar mensalmente e eu posso deixar isso de forma automática e no dia certo do vencimento, vai ser feito o Pix.

SEGURANÇA


O Pix é um produto seguro. Ele tem uma criptografia de ponta a ponta, a cada transação você tem um identificador. Mas uma coisa que a gente não tem é o alcance. Podemos ter o celular furtado, podemos cair em um golpe. O que o MED (Mecanismo Especial de Devolução) 1.0 faz? Em qualquer problema, assim que tiver oportunidade, é preciso entrar em contato com seu banco para abrir uma contestação e avisar o que aconteceu. Quanto mais rápido o seu banco souber o que está acontecendo, mais rápido ele consegue mandar um comando para bloqueio de conta. Só que o mecanismo especial de devolução só consegue alcançar uma primeira camada de bloqueio: da conta da vítima para a conta do primeiro fraudador (criminoso).

MAIS SEGURANÇA


Quando falamos em Pix 2.0, que é o MED 2.0, a gente fala na possibilidade do banco rastrear todo o caminho do dinheiro. Como os criminosos fazem? Eu caí num golpe, o dinheiro foi para a conta do criminoso que, rapidamente, espalhou em três, quatro, cinco contas laranjas, até encontrar o dinheiro novamente em outra conta, lá na frente. Com o MED 2.0, é possível rastrear e identificar o destino do dinheiro.

 

Pix