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Outono-Inverno afeta couro cabeludo e fios além de aumentar queda capilar

As mudanças climáticas e menor umidade no ar afetam diretamente a saúde capilar

Por Isabel Alvarez

No outono o couro cabeludo costuma ficar mais seco, o que pode resultar em coceiras, fios opacos ou quebradiços

Nas estações mais frias é comum os fios caírem mais, uma vez que as mudanças climáticas e menor umidade no ar afetam diretamente a saúde capilar. No outono e com a aproximação do inverno, que intensifica estes fatores, o couro cabeludo costuma ficar mais seco, o que pode resultar em coceiras, fios opacos ou quebradiços. Além disso, a variação de temperatura, com ambientes internos mais aquecidos e o ar externo mais gelado, contribui para o ressecamento e a fragilidade deles. Esta época é ideal renovar e tratá-los com procedimentos específicos, porque em geral ainda trazem os impactos e efeitos sofridos no verão. Isto inclui a preparação deles para enfrentar o inverno, recomenda a biomédica Sheila Bellotti, terapeuta capilar, tricologista e cosmetóloga.

“Na estação do verão eliminamos aproximadamente 50 a 100 fios e, no clima frio pode ser de 150 ou 200 fios por dia, que faz parte do ciclo natural de crescimento. Mas, é preocupante quando observada uma perda substancial dos fios ao lavar os cabelos, no pente, no chão, no ralo do banheiro e no travesseiro, sendo considerado um desequilíbrio quando ultrapassa essa faixa média, com perda excessiva ou afinamento e rarefação deles”, afirma.

Além disso, o hábito de banhos muito quentes causam danos. Segundo a especialista, a alta temperatura da água irrita o couro cabeludo e remove a oleosidade natural que protege os fios. No entanto, em alguns casos pode ter um efeito rebote e produzir maior oleosidade e desencadear a dermatite seborréica ou agravar um quadro de caspa, sobretudo em quem tem predisposição. As células do folículo piloso são extremamente sensíveis, consideradas por alguns estudiosos como as mais sensíveis do corpo. Com as mudanças bruscas de temperatura ocorre uma vasoconstrição e o corpo na busca de manter a temperatura equilibrada eleva a transpiração e a produção de óleo na região, uma das proteções naturais da pele. Sheila esclarece que esse aumento, em excesso, causa vários desequilíbrios da microbiota do couro cabeludo, podendo acarretar queda, coceira e acelera a aparição de seborréia. Então, os couros mais oleosos devem ter atenção redobrada em função da maior produção de óleo pelas glândulas sebáceas. Isto não quer dizer que os outros tipos de cabelos não mereçam cuidados. Por isso, para começar dê preferência à água morna.

“Também não se deve abusar dos cremes porque obstrui os poros. O uso indiscriminado leva a um acúmulo de sebo e traz a obstrução do óstio folicular. Estes fatores, além de motivar a perda de fios, os torna fracos e quebradiços, assim como faz a má distribuição das gorduras naturais e boas que hidratam naturalmente os cabelos”, acrescenta.

Mas, Sheila aponta que é preciso observar se a queda acentuada está atrelada a outros fatores, como estresse, deficiência de ferro, dieta alimentar restritiva, doenças da tireóide, alterações hormonais, ovário policístico, medicamentos, período pós-parto, início ou interrupção do uso de anticoncepcionais orais, entre outros. “As vezes o problema é temporário, porém é aconselhado um profissional para analisar e fazer o diagnóstico. Quedas no frio associadas a condições pré-existentes intensificam a perda. Na terapia capilar, a queda de cabelo pede tratamentos especiais e muitas vezes personalizados pois dependem da avaliação de cada caso. No entanto, as técnicas abrangem, por exemplo, o microagulhamento, laser capilar de baixa tensão, estímulo do crescimento por meio de vários ativos, protocolos antioxidantes, nanoqueratinização e aplicação de aminoácidos essenciais que restauram o teor lipídico. O ácido cítrico, fosfato de tocoferol, d-pantenol, biotina, ácido láurico, vitaminas, cisteína, proteínas reparadoras e glicina são algumas das substancias que resultam em benefícios”, diz.

A especialista aconselha manter o couro sempre limpo e saudável, sendo uma boa maneira de protegê-los das alterações, assim como hidratá-los adequadamente com produtos indicados para cada tipo de cabelo, ajuda a conservar o estado normal da fibra capilar. “A revitalização de fios, uma higienização do couro cabeludo, um balanceamento do pH e nutrição de bulbo fortalecem e promovem a saúde capilar”, garante.

Fique atento ainda ao secador, que não é tão prejudicial se for usado de forma apropriada. Isto é, qualquer agente térmico que ultrapasse a média de 80 graus pode induzir a um processo de desidratação de fio, com isso, perdem parte de sua saúde. Para protegê-los é preciso não exceder o grau estipulado e aplicar antes um protetor térmico, que forma uma película protetora em volta do fio, selando a cutícula o que protege do calor e evita o frizz. A recomendação vale para chapinhas e babyliss. Sheila Bellotti destaca ainda a importância de uma alimentação equilibrada, rica em vitaminas como A, C, E e do complexo B, que fortalecem o cabelo de dentro para fora. “A ingestão de água é essencial para assegurar a hidratação do organismo, que se reflete nos cabelos e no couro cabeludo, lembrando que este é pele”, finaliza.