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Maestro Spok e Armandinho celebram casamento do frevo com a Bahia em show gratuito

Maestro Spok e Armandinho se reúnem na Praça do Arsenal em show com clássicos do carnaval e composições de Moraes Moreira

Por Allan Lopes

Armandinho e Maestro Spok

A rivalidade carnavalesca entre Bahia e Pernambuco fica só na provocação. Na música, a união é que prevalece. Esse é o clima do encontro entre Maestro Spok e Armandinho Macedo, dois dos principais nomes do carnaval brasileiro. Eles se reúnem neste sábado (13), às 18h, na Praça do Arsenal, para o show Frevo Pernambucano, Sotaque Baiano, cujo nome faz referência aos versos do saudoso Moraes Moreira em Vassourinha Elétrica.

Será a primeira apresentação completa da dupla, que já se cruzou nos palcos em participações especiais, desta vez em uma homenagem dedicada ao frevo. A parceria encontra suas raízes na gênese do carnaval baiano.

Inspirada pelo desfile do clube recifense Vassourinhas ao som do frevo nas ruas de Salvador, em 1951, a dupla musical Dodô e Osmar Macêdo, este último o pai de Armandinho, testaram um sistema de amplificação sonora sobre um carro, dando origem ao embrião dos trios elétricos. Os trios prosperaram, mas o frevo permaneceu como a trilha dominante em Salvador até 1985, quando surgiu a axé music.

Para celebrar essa história, o repertório do show faz um passeio musical entre os dois estados. Spok e Armandinho navegam por frevos de rua e de bloco, como Voltei, Recife, Hino do Elefante de Olinda e Vassourinhas, e composições de Moraes Moreira, como Chão da Praça e, claro, Vassourinha Elétrica, que traduzem a presença do frevo na musicalidade baiana e na trajetória do próprio Armandinho. “Spok me contou que eu e minha banda fomos os que mais tocaram frevo fora de Pernambuco”, relata o cantor ao Diario.

Esse movimento integra um capítulo maior da música brasileira, encabeçado por uma notável linhagem de artistas baianos. Além de Armandinho e Moraes Moreira, ícones como Caetano Veloso e Gal Costa também se apropriaram do frevo. Eles gravaram Atrás do Trio Elétrico, Festa no Interior e Massa Real, que conquistaram todo o país.

Caetano chegou a declarar que o carnaval da Bahia representa uma homenagem eterna ao carnaval de Pernambuco, uma visão que Armandinho endossa. “Tudo começou a partir daquela orquestra de frevo que Dodô e meu pai viram tocando nas ruas de Salvador”, diz.