E o jornal vai à telona
Documentário ‘Diario de Pernambuco: 200 Anos’ ganha exibição no Cinema São Luiz, neste sábado, antecedendo sessão especial de ‘O Agente Secreto’
Pessoas, imagens e histórias que ajudaram a escrever as transformações do Diario formam o filme que sintetiza e apresenta ao público o peso do bicentenário do mais antigo periódico em língua portuguesa do mundo. Dirigido por Raoni Moreno, com fotografia de Francisco Teixeira e direção de produção de Ivana Sampaio, o curta documental Diario de Pernambuco: 200 Anos será exibido amanhã, às 16h30, no Cinema São Luiz, antecedendo uma sessão especial de O Agente Secreto, de Kleber Mendonça Filho, obra em que o jornal desempenha papel relevante no enredo.
Revelando como o jornalismo do mais longevo veículo de imprensa ainda em atividade na América Latina percorreu distintos momentos desses dois séculos, preservando os principais alicerces da notícia e da informação, o filme — narrado por Ricardo Fleury — descreve como cada matéria, profissional e esforço coletivo contribuiu para a consolidação do histórico periódico como um contador oficial da sociedade recifense, pernambucana e brasileira desde sua fundação, em 7 de novembro de 1825, por Antonino José de Miranda Falcão.
Integram o curta personagens estreitamente ligados ao Diario em diferentes fases e frentes do jornalismo por ele representado. Entre eles estão Marilourdes Ferraz, a primeira jornalista a trabalhar no jornal; Ricardo Leitão, ex-diretor de redação; George Cabral, presidente do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano; a professora Májory K. F. de Oliveira Miranda; o colunista João Alberto; e os jornalistas Marília Parente, repórter especial, e André Guerra, repórter de cultura. Também participam o superintendente do Diario, Diogo Vital, e Carlos Frederico Vital, presidente do Grupo Diario.
“Mobilizamos uma vasta equipe que uniu talentos de diversas áreas do jornal, como Redação, Marketing e Cedoc, a parceiros externos, especialmente a agência Inter+ e a Blá Produções”, destaca Joaquim Lima, diretor de Marketing e Comunicação do Grupo Diario de Pernambuco. “A proposta da obra é revisitar momentos marcantes da imprensa brasileira e demonstrar como o Diario soube atravessar profundas transformações políticas, sociais e tecnológicas, mantendo-se referência de credibilidade e inovação ao longo de dois séculos”, completa.
Raoni Moreno, o diretor, ressalta a complexa tarefa de condensar, em poucos minutos, o significado que o jornal tem para o país. “Transmitir para a tela o peso de uma história que atravessa um período tão longo foi o grande desafio, sobretudo em um curto espaço de tempo”, afirma o jornalista e produtor audiovisual. “Utilizamos diversas imagens de acervo e, por meio de um uso pontual de inteligência artificial para criar movimento e dinamismo, buscamos uma experiência narrativa agradável, que permita ao público conhecer de fato a trajetória tão importante do Diario.”
Nada mais oportuno do que, na sequência, mergulhar na força histórica contida em O Agente Secreto. A ficção que domina as conversas sobre cinema brasileiro neste ano é, sobretudo, uma carta de amor à memória recifense, um hino ao poder transformador dos registros — assim como o Diario, guardião de parte significativa do arquivo pernambucano tematizado no longa do momento.