Em visita ao Brasil, francesa Isabelle Huppert rasga elogios a Kleber Mendonça Filho
"A Mulher Mais Rica do Mundo" marca retorno de Isabelle a papel intenso
Destaque do Festival de Cinema Francês do Brasil, o longa A Mulher Mais Rica do Mundo marca o retorno de Isabelle Huppert a um papel de forte densidade dramática e humor refinado. A diva francesa, vencedora de prêmios importantes como a Palma de Ouro e o Globo de Ouro, além de indicada ao Oscar, está no Brasil como convidada especial do evento, que começa nesta quinta no Moviemax Rosa e Silva e em Garanhuns.
Em entrevista concedida no Rio de Janeiro, Isabelle não poupou elogios ao pernambucano Kleber Mendonça Filho. "A França sempre espera com grande interesse os filmes dele. Tem um talento imenso", comentou, citando também Walter Salles e Karin Ainouz como diretores que admira.
Dirigido por Thierry Klifa, A Mulher Mais Rica do Mundo acompanha a trajetória de uma empresária que vê sua vida virar de cabeça para baixo após um acontecimento inesperado que altera sua imagem pública e seu patrimônio. A inspiração veio de Liliane Bettencourt, herdeira da L'Oréal, que torrou boa parte de sua fortuna ao se envolver com um alpinista social.
Com humor ácido e camadas psicológicas, a produção figura entre as mais aguardadas desta edição, exibida em diversas capitais até 10 de dezembro. "É um filme engraçado, feroz. Uma daquelas histórias em que a realidade supera a ficção", relata.
O filme também chama atenção pelo tom satírico ao retratar o universo da exposição midiática, mergulhando no colapso emocional desta mulher, acostumada ao controle absoluto. A entrega da atriz evidencia a complexidade da personagem. "Não me identifico em nada com essa personagem. Mas foi um convite muito sedutor. Todos sabiam o fim, e o mais interessante foi ver o que o roteiro imaginou como ponto de partida”, pontua a francesa.
Com recepção calorosa nos festivais internacionais, entre eles o de Cannes, A Mulher Mais Rica do Mundo reafirma o protagonismo de Isabelle Huppert no cinema contemporâneo e se consolida como um dos filmes mais instigantes da programação do Festival de Cinema Francês.