Cícero Belmar lança seu primeiro livro de crônicas com 'Ainda Há uma Brisa'
Escritor e jornalista Cícero Belmar lança nesta quarta-feira (5), às 19h, o livro de crônicas 'Ainda Há uma Brisa' na Academia Pernambucana de Letras
Aprofundar-se no mundo da crônica significou para o jornalista e escritor Cícero Belmar um retorno às origens. Após uma longa carreira atravessada por livros infantojuvenis, romances, biografias e peças de teatro, ele teve a oportunidade de se aventurar por um tipo de texto com o qual, até então, não tinha tanta intimidade — e acabou tomando gosto.
O resultado é o livro Ainda Há uma Brisa, que será lançado hoje, na Academia Pernambucana de Letras, às 19h, juntamente com outros títulosda editora Bagaço. A saber, são eles: Boa Noite, Maria e Outros Contos, de Admaldo Matos de Assis; O Escritor e o Leitor - Ensaios, de Lucilo Varejão de Melo; A Palavra em Prece e Outros Poemas, de Lourdes Nicácio e Silva; O Grão do Amor e Outros Grãos, de Paulo Gustavo; A Arca, de Lourival Holanda; O Signo Precário ou Poema à Linha D'Água, de Alvacir Raposo; Causos, de Haidée Camelo Fonseca; Sob o Ouro e o Altar, de Eduardo Paixão; Faces do Mangue, de Paulo Caldas, e Dano e Responsabilidade: O Estado de Necessidade do Direito Civil, de Silvio Neves Baptista.
Natural de Bodocó, no Sertão de Pernambuco, Belmar mergulhou nas suas lembranças de casa quando recebeu a proposta de fazer crônicas periodicamente para a revista Rubem. "Eu tenho ido com frequência à minha terra visitar meus pais, que estão bastante idosos, e esse contato com eles, com a casa, com a cachorrinha que vem me receber, com cada brisa que bate me inspira na hora de escrever", revela o autor em entrevista ao Viver.
Ainda Há uma Brisa recupera memórias prosaicas que Belmar cultiva até hoje e as transforma em literatura, utilizando a imaginação fértil do escritor para as narrativas de ficção e o olhar perspicaz da crônica. "Quando eu pensava nesse tipo de texto, me vinha à mente aquilo que a gente escrevia para o jornal, misturando a escrita jornalística com a ficção para deixar a leitura leve e gostosa", relembra. "Mas o cronista faz algo muito mais difícil, que é falar do cotidiano com ironia sem resvalar no medíocre, no banal. Zombar de si sem cair no ridículo exige uma sofisticação enorme".
O interior de Pernambuco é o palco principal, desse modo, das 25 crônicas que compõem Ainda Há uma Brisa, título que reflete essa atmosfera de uma bruma que se dispersa quando Belmar se reconecta com seu passado. A experiência jornalística em se comunicar com todos os leitores, mesclada ao amor pela criação de mundos, fica evidente a cada página. "A crônica é a moleca da literatura e está, assim, ainda mais próxima da vida como ela é. Esse livro resgata muito o que eu fui, o acolhimento da minha casa, no sentido amplo da palavra, e o recolhimento que ela representa para mim", resume.