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Livro sobre os 200 anos do Diario de Pernambuco relembra grandes coberturas do jornal

'Diario de Pernambuco 200 Anos', escrito por Ennio Benning, será lançado na próxima sexta-feira (7)

Por Andre Guerra

Ennio Benning, Jornalista

Como descrever uma história secular que atravessa alguns dos maiores marcos do estado, do país e do mundo? Jornalista e biógrafo que vivenciou grandes transformações no Diario de Pernambuco, Ennio Benning descobriu a resposta ao adentrar no desafio de compactar o gigantesco trajeto pelo qual o mais antigo jornal ainda em circulação da América Latina percorreu até os dias atuais.

Rodado pela Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), o livro Diario de Pernambuco 200 Anos — que será lançado na próxima sexta-feira (7), às 17h, na Livraria Jaqueira no Recife Antigo — foi programado para abordar grandes coberturas realizadas pelo jornal, narrando os momentos fundamentais passados pelo veículo, desde as trocas de comando até os posicionamentos assumidos em momentos-chave da história.

Entre março e agosto de 2025, Ennio se debruçou sobre essa intensa pesquisa, na qual foi feita também uma complexa seleção para que todo o material coubesse. A Biblioteca Nacional foi a principal fonte para que ele reunisse o material necessário, abrangendo desde a fundação do jornal, pelos irmãos Antônio José de Miranda Falcão e José Mariano de Albuquerque Cavalcanti, até o ano de 2013, já que toda a pesquisa sobre os últimos 11 anos já havia sido feita (e posteriormente incorporada à obra) pelo jornalista Angelo Castelo Branco, que fazia parte do projeto originalmente.

A cobertura da revolução Ennio, também responsável pela biografia do político Jarbas Vasconcelos, conta que a ideia de tamanho do livro era de pouco mais de 200 páginas, o que demandou um rigoroso trabalho de síntese.

“O desafio principal foi encaixar a quantidade exorbitante de feitos. Nem sempre a gente se toca da dimensão do que são 200 anos e de tudo o que esse período abarca”, destaca durante conversa com o Viver. “Eu considero o acervo do Diario o maior patrimônio histórico do estado. Qualquer pesquisa que seja feita sobre esses últimos dois séculos inevitavelmente vai recorrer ao jornal, como ocorre na maior parte dos trabalhos de tese ou dissertação. É um jornal presente em todos os grandes acontecimentos que nos trouxeram até aqui”, enfatiza o escritor.

Enquanto funcionário da casa, Ennio viveu também um período de várias transformações tecnológicas e administrativas. “A década de 1990, na qual trabalhei quase toda, foi muito importante no sentido de um cuidado gráfico que passou a ser valorizado dentro do Diario. Foi, sobretudo, a grande fase da informatização. Foi um privilégio viver isso e, agora nessa ocasião celebrativa, poder contar isso também”, comemora.

A CÁPSULA DO TEMPO

Outro momento poderoso para representar o marco celebrativo dos 200 anos será a abertura da cápsula do tempo do Diario de Pernambuco, que foi lacrada há exatamente um século, por ocasião do centenário do jornal. Nesta sexta-feira (7), o evento de bicentenário vai reunir jornalistas, estudiosos, escritores e convidados especiais no Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano, às 15h.

O objeto, selado em vidro e abrigando documentos que guardam a memória de 100 anos atrás, foi entregue pelo sócio Naasson Figueiredo ao instituto, sob condição de ser aberta somente nesta data que se aproxima. Para garantir a preservação, o procedimento de abertura vai contar com a restauradora Débora Mendes, que fará a avaliação das condições do material encontrado na cápsula.

“Estamos aguardando com muita curiosidade. Supomos que há ali um exemplar de 1925 do jornal, uma carta das pessoas daquela época para nós, talvez moedas daquele tempo também. Nós nos sentimos muito honrados de participar dessa celebração pelo que o Diario de Pernambuco representa não só para a história do nosso estado, mas para a memória brasileira”, reforça o presidente do IAHGP, George Cabral.