Reviravolta! Odete Roitman não morreu na nova versão de "Vale Tudo"
O assassinato de Odete Roitman foi exibido no capítulo de 6 de outubro. Desde então, a lista de suspeitos foi composta por Fátima (Bella Campos), César (Cauã Reymond), Marco Aurélio (Alexandre Nero), Celina (Malu Galli) e Helena (Paolla Oliveira)
Refletindo um fenômeno que tomou conta do país, o Distrito Federal se mobilizou na noite desta sexta-feira (17/10) para acompanhar o final do remake da novela Vale Tudo, um clássico da teledramaturgia nacional revisitado após 37 anos pela TV Globo. A adaptação — capitaneada por Manuela Dias a partir da obra criada por Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères e exibida em 1988 — manteve o suspense do último capítulo com o desfecho do mistério sobre quem matou a vilã Odete Roitman, agora também eternizada por Debora Bloch, assim como sua antecessora, Beatriz Segall (1926-2018). E o brasiliense ávido pela grande revelação lotou bares, restaurantes e até shopping para assistir ao derradeiro episódio do folhetim.
O assassinato de Odete Roitman foi exibido no capítulo de 6 de outubro. Desde então, a lista de suspeitos foi composta por Fátima (Bella Campos), César (Cauã Reymond), Marco Aurélio (Alexandre Nero), Celina (Malu Galli) e Helena (Paolla Oliveira) — esta última assumindo o crime e sendo presa. Nos bolões, surgiram, ainda, outros nomes: o debilitado Leonardo (Guilherme Magon), a finada Nise (Teca Pereira) e o pacato mordomo Eugênio (Luis Salém). Houve, ainda, quem apostasse firme na versão de que a poderosa empresária tenha forjado sua morte com a ajuda de Consuelo (Belize Pombal) e Freitas (Luis Lobianco).
Ao final, foi revelado que Odete Roitman forjou a própria morte nessa nova versão, com a ajuda de Freitas. E ela se despede na última cena dizendo que "Odete Roitman sempre volta"
O Lah no Bar, na Asa Sul, organizou uma "watch party" com direito a bolão. A participação custou R$ 20 por palpite e, quem acertasse a identidade do assassino de Odete Roitman, dividiria o prêmio em dinheiro e ganharia um drink exclusivo da casa.
Na Asa Norte, o Mimo Bar também apostou na interatividade com um bolão valendo R$ 500 em consumo no próprio estabelecimento. Já o Deboche Bar exibiu o capítulo em um telão atendendo aos pedidos dos clientes, com reservas de mesa esgotadas.
O Conjunto Nacional, localizado ao lado da Rodoviária do Plano Piloto, também entrou no clima do desfecho da novela. O shopping exibiu o último capítulo em telões espalhados pela praça de alimentação, com intérprete de Libras para garantir acessibilidade.
História
Em 1988, na véspera do capítulo final, Vale tudo chegou a 89 pontos de audiência, seu maior pico, com média geral de 61. Em seu livro Meu passado me perdoa, o coautor da obra Aguinaldo Silva conta que Odete Roitman, a princípio, seria assassinada por Marco Aurélio (Reginaldo Faria), mas essa informação vazou na imprensa e ficou então decidido que Odete seria morta por um personagem improvável, do qual ninguém pudesse desconfiar: a mulher dele, Leila (Cássia Kiss). Outra curiosidade: na sinopse original, Marco Aurélio seria assassinado — e não Odete — por Maria de Fátima (Gloria Pires), e Raquel (Regina Duarte) assumiria o crime.
Por sete meses, a nova Vale tudo dividiu a opinião do público. A trama trouxe significativas alterações nos arcos das personagens e no desenvolvimento dos núcleos. O resultado foi uma novela que misturou elementos do clássico com novidades narrativas que foram alvo de críticas, especialmente pela descaracterização da espinha dorsal da obra original: o dilema sobre valer a pena ou não ser ético e honesto no Brasil. O remake (ou reboot) assinado por Manuela Dias focou nos dramas da família Roitman, pincelou diversos temas sem aprofundar (do bebê reborn a leucemia) e deixou de lado o conflito central envolvendo os paradoxos íntimos na relação entre a batalhadora Raquel (Taís Araújo) e a filha amoral, Fátima.