'O Menino D’Olho D’Água', doc sobre Hermeto Pascoal, ganha sessão especial com debate
Dirigido por Lírio Ferreira e Carolina Sá, longa documental 'O Menino D'Olho D’Água' mergulha nos mistérios e fascinações do compositor alagoano, um dos maiores do país
Imagens e depoimentos de um dos maiores e mais influentes multi-instrumentistas brasileiros compõem o documentário O Menino D’Olho D’Água. Dirigido pelo pernambucano Lírio Ferreira e pela carioca Carolina Sá, o filme terá sessão especial com debate nesta terça, às 19h30, no Cinema da Fundação (Derby), com a presença do próprio Lírio e mediação do curador do cinema, Ernesto Barros.
Homenageando o saudoso compositor e arranjador que faleceu no último dia 13 de setembro, deixando um legado que permanece cravado na história do país, o longa abre com material de arquivo e logo se transforma em uma busca sensorial pela aproximação do biografado. Através de uma viagem cinematográfica fortemente sonora, os diretores conduzem o público numa tentativa de decifrar o enigma por trás do seu personagem.
A dupla de cineastas começou suas pesquisas no final de 2023 e, já em 2024, teve um grande encontro com o artista por ocasião de um show em São Paulo. Hospedados no mesmo hotel, Lírio e Carolina puderam conversar longamente com o compositor. Além da capital paulista, as filmagens aconteceram em Lagoa da Canoa, em Alagoas, terra natal do mestre, e ainda no Recife, no Teatro de Santa Isabel, com uma importante participação do pianista Amaro Freitas.
“Nossa pretensão nunca foi contar a história dele de maneira didática e, sim, um olhar sobre Hermeto. Ele estava muito bem nesse período e a conversa foi surpreendente”, relembra Lírio, em entrevista exclusiva ao Viver. “Ele era uma montanha maravilhosa, cheia de cavernas. A gente conseguiu entrar em algumas delas para tentar decifrá-lo. Com todas as suas experimentações, ele sempre nos fascinou e nos inspirou muito”.
O realizador lançou também este ano o documentário Para Vigo Me Voy!, em parceria com Karen Harley, sobre o cineasta Cacá Diegues, que também nos deixou em 2025. Dedicando-se aqui a um outro mestre que sempre o fascinou, ele enaltece o privilégio de ter tido essas trocas. “Chegar perto desses campeões foi o maior dos presentes”, crava.