Livro 'Diva: Os Primeiros 30 Dias', sobre escultura icônica, é lançado na ART.PE
Volume reúne registros e reflexões sobre a repercussão pública da escultura Diva, uma vulva de 33 metros de comprimento
Cinco anos depois de dividir opiniões e ocupar manchetes no Brasil e no exterior, a escultura monumental de Juliana Notari — Diva, uma vulva de 33 metros de comprimento esculpida na encosta da Usina de Arte, em Água Preta —, volta ao centro das atenções. Agora, não como obra física, mas como livro.
Intitulado Diva: Os Primeiros 30 Dias, o volume reúne registros e reflexões sobre o primeiro mês de repercussão pública da escultura, que, ao ser divulgada em janeiro de 2021, transformou-se em um fenômeno de alcance inédito na arte contemporânea brasileira. O lançamento acontece neste domingo, às 15h, na ART.PE , no Recife Expo Center.
Organizado por Juliana Notari, Clarissa Diniz e Inês Maia, o livro — com cerca de 250 páginas — investiga a intensidade daquele curto período em que a obra se tornou tema de jornais, debates políticos, memes e disputas ideológicas. O resultado é uma espécie de retrato coletivo da recepção de Diva, composto por múltiplas vozes e reações.
“Aqueles primeiros 30 dias mostraram que a recepção se tornou parte da própria obra. Este livro é um gesto de documentação e de memória, mas também uma ferramenta para novos olhares sobre a arte contemporânea”, escrevem as organizadoras na introdução.
A publicação traz desde postagens em redes sociais até análises críticas e reportagens, compondo um mosaico de percepções sobre o episódio que ultrapassou os limites da arte e invadiu o campo da política, do feminismo e da cultura digital.
Entre os articulistas convidados, estão Afonso Oliveira, Beta Germano, Danilo Matoso, Débora Britto, Fabiana Moraes, Ivana Bentes, João Paulo Lima, Mariana Franco e Paula Guimarães, além de um ensaio de Cayo Honorato, Por Uma Teoria Diva da Arte, que discute a reação como parte integrante da própria criação.
A publicação também documenta o alcance internacional de Diva, que foi pauta em veículos como The Guardian e Le Monde e chegou a ser tema de debates acadêmicos em universidades europeias e latino-americanas. A repercussão consolidou a escultura como uma das obras brasileiras mais comentadas da última década.