Trombonista Neris Rodrigues lança álbum autoral com influências do frevo ao funk
Trombonista pernambucana une ancestralidade e inovação em projeto instrumental que será lançado hoje no Teatro do Parque
O palco do Teatro do Parque será tomado pelos sons do trombone da musicista Neris Rodrigues, que apresenta seu novo álbum, Músicas do Mundo, em um show especial marcado para hoje, às 20h. O evento, que oferece entrada a preço popular e acesso garantido para pessoas com mobilidade reduzida, é a celebração da trajetória de uma artista que transforma sua vivência periférica em poderosas narrativas sonoras.
Com raízes acadêmicas fincadas na Universidade Federal de Pernambuco e uma bagagem que começou nas bandas marciais aos 17 anos, Neris construiu uma das trajetórias mais sólidas e diversificadas da nova geração musical de Pernambuco. Seu currículo é um verdadeiro mapa da cena cultural local, incluindo passagens pela Transversal Frevo Orquestra e Orquestra 100% Mulher, além da emblemática banda Cordel do Fogo Encantado e parcerias com artistas como Johnny Hooker, Karynna Spinelly e Jorge Riba.
Músicas do Mundo chega como sua declaração artística mais ousada. São oito faixas instrumentais que transformam o trombone no condutor de uma jornada através de paisagens sonoras diversas. "Ver meu instrumento ocupar o centro da cena e eu assumir esse papel principal é profundamente significativo para mim”, celebra ela, em conversa com o Viver. Os arranjos tecem com sofisticação um diálogo entre o frevo, o funk, o samba, o chorinho, o baião e referências afro-ameríndias, tudo resultado de uma pesquisa musical profundamente conectada com suas raízes ancestrais.
No palco, Neris comandará uma formação orquestral em que tuba, trompete, saxofones, bateria, percussão, teclado e bandolim se entrelaçam com efeitos sonoros naturais e tecnológicos. O repertório, que inclui desde composições autorais como Funk na Cozinha e Baião Para Duas Marias até colaborações como Este é Seu e Vila, promete guiar o público por toda a rica tapeçaria musical que define a sua identidade musical. “É a confirmação de que o trombone pode ser entendido como voz: uma voz melódica, sem palavras, mas cheia de narrativas”, destaca.