Fernanda Torres completa 60 anos no auge da sua carreira
Vencedora do Globo de Ouro, indicada ao Oscar e jurada no Festival de Veneza, Fernanda Torres, agora aos 60, se transformou em ícone internacional
Nesta segunda-feira, um dos maiores nomes da cultura nacional completa seis décadas de vida, celebrando ainda um dos momentos mais gloriosos de sua já extensa e respeitada carreira. Alcançando um status de ícone internacional na última temporada de premiações com o fenômeno Ainda Estou Aqui, pelo qual se tornou a primeira brasileira a vencer o Globo de Ouro e a segunda a concorrer ao Oscar de Melhor Atriz, Fernanda Torres não é reconhecida apenas como uma gigante da interpretação.
No último ano, vivenciou uma canonização da sua imagem no mundo pop graças ao carisma, inteligência e referência de moda. Em celebração à data, o Canal Brasil exibirá uma maratona com 11 trabalhos estrelados por ela. São eles: Inocência (1983), de Walter Lima Jr.; Eu Sei que Vou Te Amar (1986), de Arnaldo Jabor; Terra Estrangeira (1995), de Walter Salles e Daniela Thomas; O Que é Isso, Companheiro? (1997), de Bruno Barreto; Traição (1998), de José Henrique Fonseca, Arthur Fontes e Cláudio Torres; O Primeiro Dia (1998), de Walter Salles e Daniela Thomas; Gêmeas (1999), de Andrucha Waddington; Os Normais – O Filme (2003), de José Alvarenga Júnior.; Casa de Areia (2005), de Andrucha Waddington; Jogo de Cena (2007), de Eduardo Coutinho; e Saneamento Básico – O Filme (2007), de Jorge Furtado.
Inocência, claro, não podia ficar de fora da maratona por ser um marco zero na sua trajetória. O filme, baseado no livro de Visconde de Taunay e também estrelado por Edson Celulari, representou a estreia de Fernanda Torres no cinema. Já Eu Sei que Vou Te Amar, no qual contracena com o saudoso Thales Pan Chacon, tornou-se um divisor de águas para a atriz, consagrada no Festival de Cannes de 1986 com o prêmio de Melhor Interpretação Feminina.
A versatilidade da atriz carioca, percebida em toda a sua filmografia, em peças como Orlando, The Flash and Crash Days e A Casa dos Budas Ditosos, nos livros Fim e A Glória e Seu Cortejo de Horrores e, ainda, nos seus trabalhos de sucesso para a televisão, como Os Normais e Tapas & Beijos, culminou no estrondo de Ainda Estou Aqui — cuja repercussão intensa começou no Festival de Veneza de 2024. O filme de Walter Salles foi ovacionado e ganhou o prêmio de Melhor Roteiro, iniciando uma jornada intensa que culminaria nas históricas três nomeações ao Oscar.
Após sua vitória no Globo de Ouro de Melhor Atriz – Drama pela obra adaptada do romance homônimo de Marcelo Rubens Paiva, a artista parou o Brasil, transformou cada prêmio a que concorria na indústria em uma grande comoção nacional e, de quebra, caiu nas graças da imprensa mundial, participando dos mais famosos talk shows, como o Jimmy Kimmel Live!.
Fernanda foi umas das personalidades que renderam maior engajamento nas redes sociais no último ano e, mesmo depois da temporada poderosa em que ganhou protagonismo, segue no ápice do seu jogo a partir da mesma espontaneidade que marcou o espírito da sua campanha na temporada.
Escolhida para ser jurada em Veneza justamente um ano após o início dessa fase incomparável, ela não encerra aqui, aos 60 anos, um ciclo cinematográfico. E, sim, demonstra que o auge pode vir a qualquer hora, em qualquer idade. Fernanda Torres ainda está aqui. E como está.