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Grupo Ibéria leva música instrumental ao Mimo Festival

Grupo traz a Olinda fusão de flamenco, fado, jazz e música tradicional portuguesa, em concerto na Igreja da Sé, neste domingo

Por Allan Lopes

Carles Benavent, Manuel de Oliveira e Jorge Pardo compõem trio Ibéria

Com mais de 20 anos de trajetória, o Ibéria, criado e liderado pelo guitarrista Manuel de Oliveira, consolidou-se como um dos projetos mais originais da música instrumental contemporânea da Península Ibérica. A proposta reúne tradição e liberdade criativa em um encontro de linguagens que vai do flamenco ao fado, passando pelo jazz e pela música popular portuguesa.

O grupo se apresenta neste domingo (14), às 18h, na Igreja da Sé, em Olinda, dentro da programação do MIMO Festival. O concerto será marcado por um tributo especial a Paco de Lucía, ícone do flamenco e referência central para o projeto. “O público de Olinda pode esperar músicas originais minhas, de Carlos Benavent e de João Frade, além de um momento especial de homenagem a Paco de Lucía, que está na gênese deste projeto”, adianta Manuel.

A formação reúne Manuel de Oliveira (guitarra), Carles Benavent (baixo elétrico), João Frade (acordeão) e Quiné Teles (bateria e percussão). O caráter plural do trabalho, segundo o músico português, está diretamente ligado à diversidade do território ibérico. “O que caracteriza minha música, a de Carlos Benavent e a de João Frade, assim como o conceito deste projeto, é exatamente a reunião de diferentes perspectivas sobre o nosso território e o diálogo entre as várias subculturas que ele abriga”, explica.

Essa riqueza se expressa na trajetória dos próprios integrantes. Frade tem raízes no corridinho algarvio, gênero tradicional do sul de Portugal, mas que dialoga com outros estilos. Benavent, por sua vez, revolucionou o uso do baixo elétrico no flamenco, ao lado de Paco de Lucía. “Para mim, ele é um verdadeiro ídolo. Essa homenagem é muito especial porque temos conosco alguém que realizou centenas de concertos ao lado de Paco”, acrescenta Manuel.

Manter vivo um projeto de música instrumental com duas décadas de estrada, ressalta o guitarrista, não é tarefa simples. “Exige, acima de tudo, paixão e persistência. A música instrumental não conta com canais de divulgação e circulação tão evidentes quanto os do mainstream, mas encontra os seus caminhos — das bandas sonoras aos circuitos do jazz e da world music, além de festivais especiais como o MIMO, que reúnem tantas culturas num mesmo palco. Esse tem sido o percurso: feito de paixão, resistência e a vontade de continuar.”