Primeira edição do festival 'Noturno' lança novo olhar sobre curtas
'Noturno — Festival Internacional de Curtas-metragens do Recife', que começa sexta (22) no Cinema da Fundaj, estimula debate sobre produção e linguagem
As etapas da produção e as dimensões criativas do universo do curta-metragem são o mote principal da primeira edição do Noturno – Festival Internacional de Curtas-metragens do Recife, que ocorre entre sexta e domingo. A abertura será nesta sexta, com entrada gratuita, no Cinema da Fundação (Derby), com a exibição de Noturno em Ré(cife) Maior, de Jomard Muniz de Britto, Festa Infinita, de Ander Beça, e Resgate Cultural: O Filme, do coletivo Telephone Colorido e Pajé Limpeza.
No fim de semana, 23 e 24, o festival vai também para o Cinema São Luiz com mostras competitivas nacionais, seleção internacional e um especial dedicado ao cineasta argentino Francisco Lezama, além de uma sessão de curtas clássicos pernambucanos.
A ideia principal do Noturno, que é idealizado pelos curadores Felipe André Silva, Felipe Karnakis e João Rêgo, é criar um espaço exclusivo para o formato do curta, visando celebrar e repensar sua linguagem e incentivar o diálogo entre diferentes propostas estéticas e narrativas.
"Buscamos selecionar obras que dificilmente encontrariam espaço no nosso circuito de exibição, sobretudo curtas que têm circulado por festivais do Sul e Sudeste, mas que permanecem inéditos aqui", explica ao Viver o curador João Rêgo. "Em sua maioria, são filmes que partem de uma chave de invenção que nos interessa muito, com a ficção como esse espaço cheio de zonas híbridas, do terror ao filme de crescimento", acrescenta.
Felipe André Silva, também cineasta e responsável por filmes elogiados curtas-metragens como Cinema Contemporâneo e Todas as Rotas Noturnas Conduzem ao Alvorecer, discorre sobre o título do festival. "Nos inspiramos no cinema de invenção pernambucano, então o nome vem do próprio filme de Jomard Muniz de Britto, que está na programação. É um trabalho muito à frente do seu tempo e feito em grupo. Na sessão de abertura homenageamos outros períodos de cinema de invenção em Pernambuco, inclusive", complementa.
Felipe Karnakis, também curador, reforça o viés formativo do evento. "O Noturno é concebido com um viés que valoriza o território e a formação de público. Mais do que simplesmente estrear filmes na cidade, buscamos criar exibições que conversem com a dinâmica do Recife. Esse princípio orienta nossa curadoria e programação".