Reitores da UFPE e Rural divulgam nota contra corte no orçamento das universidades federais
Reitores do Nordeste repudiaram corte previsto o projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) aprovado pelo Congresso Nacional; Impacto na UFPE é de R$ 14 milhões
Os reitores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Alfredo Macedo Gomes e Maria José de Sena, assinaram uma nota conjunta dos reitores do Nordeste, na última terça-feira (30), repudiando o corte de quase R$ 500 milhões no orçamento das instituições públicas de ensino superior para 2026.
O corte está previsto no projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) aprovado pelo Congresso Nacional. De acordo com a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), o valor corresponde a uma redução de 7,05% nos recursos para despesas não-obrigatórias das universidades, como contas de luz, água, bolsas acadêmicas e equipamentos.
Segundo o reitor da UFPE, a instituição deve sofrer um impacto de aproximadamente R$ 14 milhões no orçamento. “Inaceitável para o conjunto de ações que a Universidade desenvolve no estado e no Brasil. Precisamos fazer uma ampla mobilização pela recomposição imediata do orçamento”, declarou Alfredo Macedo Gomes nas redes sociais da Federal.
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Inicialmente, a LOA projetava R$ 6,89 bilhões para as 69 universidades federais, quadro já considerado “crítico” pelos reitores e dirigentes. O projeto aprovado pelo Congresso estipula R$ 6,43 bilhões em verba para 2026.
Leia, na íntegra, a nota dos reitores do Nordeste
Em nota recente, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) alertou toda a sociedade brasileira para sua profunda preocupação com os cortes promovidos pelo Congresso Nacional no orçamento das Universidades Federais durante a tramitação do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2026. Em especial, a manifestação destacou a grave situação do orçamento destinado à Política Nacional de Assistência Estudantil (PNAES), cujo nível de financiamento compromete diretamente a permanência de estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica nas instituições federais de ensino superior.
As universidades federais constituem instrumentos estratégicos para o enfrentamento das desigualdades sociais e das assimetrias regionais, bem como para a promoção da inclusão social. Nas últimas décadas, essas instituições passaram por um intenso processo de expansão e interiorização, ampliando de forma significativa o acesso ao ensino superior público, gratuito e de qualidade.
No Nordeste, essa política pública teve papel decisivo na democratização do acesso à universidade e na indução de um desenvolvimento regional consistente e sustentável, alicerçado na educação, na ciência, na tecnologia e na inovação, contribuindo para o reposicionamento da região no cenário nacional. Destaca-se, ainda, a relevante atuação das universidades na promoção da cultura e na oferta de serviços e ações de saúde de qualidade à população.
Diante desse contexto, somado ao fato de que a proposta orçamentária para 2026 enviada ao Congresso Nacional pelo Governo Federal já se mostrava insuficiente para fazer frente às necessidades de nossas comunidades acadêmicas, nós, reitoras e reitores das Universidades Federais do Nordeste, plenamente conscientes do papel estratégico de nossas instituições para o desenvolvimento social, econômico e humano da região, reforçamos a urgente necessidade de recomposição e suplementação do orçamento das universidades federais.
Reafirmamos, ainda, nosso compromisso permanente com a defesa de um financiamento adequado e sustentável da educação superior pública, gratuita e de qualidade, condição indispensável para a garantia do direito à educação e para o futuro do país.