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Pernambucana morre na Alemanha após vazamento de gás e família pede ajuda para pagar traslado do corpo

Luciana Soares vivia com o marido, dois filhos e o enteado na cidade de Cölb. Todos foram atendidos em um hospital devido ao vazamento de gás

Por Adelmo Lucena

Luciana deixou três filhos. Ela vivia com os menores na Alemanha

Uma pernambucana identificada como Luciana Soares da Silva, de 41 anos, morreu na Alemanha após suspeita de intoxicação por gás provocada por um vazamento em um aquecedor da residência onde vivia. O episódio ocorreu na madrugada de segunda-feira (15), na cidade de Cölb.

Luciana estava no andar térreo da casa no momento do vazamento. No pavimento superior, encontravam-se os dois filhos e o marido, cidadão alemão. Eles chegaram a ser socorridos e encaminhados a uma unidade de saúde, onde receberam alta médica. A brasileira, no entanto, não resistiu.

O alerta para a tragédia surgiu quando parentes perceberam que a vítima deixou de responder mensagens e ligações. A confirmação da morte agravou a preocupação da família, que agora enfrenta incertezas relacionadas à guarda das crianças e aos custos para o traslado do corpo ao Brasil.

A filha de Luciana, Larissa Kevlyn Sares da Silva, de 21 anos, que vive no Recife, foi a primeira a receber a informação da morte da mãe. “Eu soube pelo WhatsApp, através do companheiro dela [que é alemão]. Ele me informou que tinha ocorrido uma tragédia, um vazamento de gás na casa. Esse gás acabou intoxicando a família e, infelizmente, minha mãe veio a óbito”, contou.

A mulher residia na Alemanha com o filho mais velho, de 8 anos, fruto de um relacionamento anterior, e com a filha mais nova, de apenas dois meses, do relacionamento atual. O companheiro da vítima chegou a ser hospitalizado em decorrência do vazamento de gás.

“No começo, ninguém conseguia falar com a gente. O companheiro da minha mãe chegou a ir para a UTI muito debilitado e sedado. Mesmo assim, conseguiu avisar rapidamente, mas depois ficou incomunicável. A gente ficou completamente sem notícias, numa angústia enorme, esperando o pior”, relembra Larissa.

Ela disse que todos os moradores da casa ficaram intoxicados, mas as crianças, por estarem no andar de cima, não tiveram a saúde tão prejudicada. “Minha mãe foi encontrada já desmaiada, perto da lareira. Como lá é inverno, eles usavam bastante esse tipo de aquecimento a gás. Quando o companheiro dela tentou socorrer, a casa já estava muito tomada pelo gás. Ele também acabou desmaiando”, relata a jovem.

Após o óbito, os familiares buscaram apoio junto ao Consulado-Geral do Brasil em Frankfurt, em busca de orientações tanto sobre a situação das crianças quanto sobre os trâmites para a repatriação do corpo. A representação diplomática mantém contato com os parentes desde terça-feira (16).

Uma vaquinha foi feita para ajudar no traslado do corpo de Luciana. A meta é atingir o valor de R$ 70 mil. Clique aqui para ajudar.

“A gente não teve acesso a nenhum atestado ou laudo de óbito até agora. O que sabemos é que existe uma investigação policial em andamento. O consulado informou que está acompanhando a investigação, mas ainda não temos um documento oficial confirmando a causa da morte”, destacou a filha de Luciana.

Atuação do consulado

O Consulado-Geral do Brasil em Frankfurt informou que está adotando todas as providências possíveis dentro de suas atribuições legais, incluindo contato com autoridades policiais, órgãos de saúde e entidades responsáveis pela tutela de menores na Alemanha. A instituição também afirmou que tem prestado orientações à família sobre os procedimentos relacionados ao traslado do corpo e ao acompanhamento da situação dos filhos da vítima.

Ainda segundo o consulado, tanto a investigação das circunstâncias da morte quanto a definição sobre a guarda provisória das crianças são de responsabilidade exclusiva das autoridades alemãs.