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Caso Esther: MPPE denuncia trio por homicídio e ocultação de cadáver em São Lourenço da Mata

Esther Izabelly foi encontrada morta dentro de uma cacimba, 21 horas depois de ser dada como desaparecida

Por Adelmo Lucena

Esther Isabelly foi encontrada dentro de uma cacimba, localizada em uma residência no bairro do Pixete, em São Lourenço da Mata, no dia 21 de outubro

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) apresentou denúncia à Vara Criminal de São Lourenço da Mata contra Fernando Santos de Brito pelo homicídio qualificado da menina Esther Izabelly Pereira da Silva, de 4 anos, ocorrido no município, além do crime de ocultação de cadáver. O Ministério Público também denunciou Fabiano Rodrigues de Lima e Uilma Ferreira dos Santos pelos crimes de ocultação de cadáver e fraude processual.

A denúncia foi oferecida nesta terça-feira (16) pela 1ª Promotoria de Justiça Criminal da cidade. O MPPE atribui ao acusado as qualificadoras de meio cruel e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, bem como a ocultação do corpo.

Segundo o MPPE, Fabiano e Uilma teriam contribuído para dificultar as investigações após a morte da criança.

A pedido do MPPE, a Justiça manteve a prisão preventiva de Fernando Santos de Brito. No caso de Fabiano Rodrigues de Lima e Uilma Ferreira dos Santos, as prisões foram convertidas em medidas cautelares diversas, enquanto o processo segue em tramitação.

O inquérito policial foi concluído na semana passada. As investigações apontam que Fernando foi o responsável pela morte da menina, com o auxílio de Uilma para ocultar o corpo. Ambos negam envolvimento no crime.

O relatório final da Polícia Civil havia sido encaminhado ao Ministério Público no início de dezembro, mas retornou à corporação para a realização de diligências complementares consideradas indispensáveis para o oferecimento da denúncia.

Relembre o caso

O corpo de Esther foi encontrado na manhã do dia 21 de outubro, submerso em uma cacimba localizada no quintal de uma residência na comunidade onde vivia com a família. A estrutura, com cerca de 3,7 metros de profundidade, estava fechada por uma placa de concreto.

A causa da morte, segundo a polícia, foi traumatismo craniano. Um preservativo foi localizado próximo ao corpo, mas a perícia descartou a ocorrência de violência sexual, por não haver indícios compatíveis com estupro.

De acordo com o relato da delegada responsável pelo caso, Juliana Bernart, a dinâmica do crime teria começado no dia anterior ao encontro do corpo. A menina estava em casa com a mãe e os irmãos quando amigos e familiares se reuniram no local para consumir bebidas alcoólicas. Fernando Santos de Brito, vizinho da família, juntou-se ao grupo.

Em determinado momento da tarde, as crianças pediram para brincar em um campo de futebol próximo. Horas depois, Fernando deixou a residência alegando que iria comprar cerveja.

No início da noite, a mãe percebeu o desaparecimento de Esther e iniciou buscas com o auxílio de vizinhos. Um dos irmãos da criança relatou que ela teria sido levada por um homem e indicou a casa de Fernando. Moradores foram até o imóvel e encontraram o suspeito nu, que afirmou ter levado uma mulher do bar para manter relações sexuais.

Após o desaparecimento, Uilma Ferreira dos Santos, companheira de Fernando, teria ido até o local e iniciado a retirada de móveis durante um protesto organizado por moradores da comunidade. Em seguida, segundo a polícia, ela realizou uma limpeza na residência e contou com a ajuda de Fabiano Rodrigues de Lima.

O desaparecimento de Esther mobilizou familiares e moradores do bairro, que realizaram buscas ao longo de cerca de 21 horas. O corpo foi localizado na cacimba da casa onde viviam Fernando e Fabiano, encerrando as buscas na manhã do dia 21. Apesar da conclusão do inquérito e da denúncia apresentada, a motivação do crime ainda não foi esclarecida.