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Caso Esther: em depoimento à polícia, suspeitos de homicídio e ocultação deram versões diferentes

Os relatos foram colhidos pela Polícia e fazem parte do inquérito que apura o homicídio

Por Mareu Araujo

Esther Isabelly foi encontrada dentro de uma cacimba, localizada em uma residência no bairro do Pixete, em São Lourenço da Mata, no dia 21 de outubro

Indiciados pela Polícia Civil de Pernambuco, os suspeitos pela morte da menina Esther Isabelly, de 4 anos, deram depoimentos contraditórios sobre seus envolvimentos e ações na casa onde o corpo da criança foi encontrado. Os relatos foram colhidos pela Polícia e fazem parte do inquérito que apura o homicídio.

Esther desapareceu no fim da tarde de segunda (20/10), quando brincava com os irmãos, em um campo perto de casa, na comunidade Ettore Labanca, no bairro do Pixete, em São Lourenço da Mata. No dia seguinte, familiares e vizinhos acharam o corpo em uma cacimba, de cabeça para baixo.

Nessa quarta-feira (3), a PCPE indiciou dois dos três suspeitos pelo crime. Informações obtidas pelo Diario de Pernambuco apontam que Fernando Santos de Brito, 31 anos, é acusado de homicídio e Uilma Ferreira dos Santos, de 33 anos, de ocultação de cadáver. Uma terceira pessoa chegou a ser presa durante as investigações. É Fabiano Rodrigues de Lima, de 27 anos, que divide o terreno, onde o corpo de Esther foi encontrado, com Fernando.

Em depoimento, Fernando afirmou que, enquanto bebia com a mãe de Esther, viu a menina brincando com os irmãos. De acordo com ele, essa era a primeira vez vendo a criança. Por volta das 16h30 foi para a casa de sua mãe, no centro de São Lourenço, retornando à comunidade à noite, quando “já havia um protesto pois a pequena Esther havia sumido”.

Fernando declarou “não saber do paradeiro” da menina, mas que teria ouvido dos moradores que um homem tinha pego Esther pelo braço e sumido com ela. Aos policiais, ele afirmou que não ouviu comentários de que ela tivesse sido levada para a casa dele ou para a de Fabiano. Conforme o interrogatório, os dois dividiram um terreno com duas casas separadas.

Ele declarou “não saber quem tirou a vida de Esther e jogou seu corpo naquela cacimba”, mas disse que viu “Fabiano e Uilma lavando a casa, retirando o lixo, ateando fogo nos entulhos e afirmou não saber por qual motivo eles fizeram tal coisa”, segundo o interrogatório.

Já Uilma, em seu depoimento, negou que tenha entrado no imóvel. Segundo relata, ela também teria se mudado há cerca de um mês e não tinha mais a chave da casa.


Aos policiais, ela disse que, no dia do desaparecimento, acordou por volta das 11h, foi à casa de uma tia para almoçar e ficou por lá até o início da noite. Nesse local, ela teria encontrado com o ex, que estaria embriagado, e os dois chegaram a ter um desentendimento.


Por volta das 19h, quando já estava na rua, ela teria ouvido a mãe de Esther gritar que a filha estava desaparecida e teria sido vista sendo levada para a casa de Fabiano e Fernando. Foi quando a mulher teria decidido ir ao local – mas ficou do lado de fora, de acordo com a sua versão.


A mulher relata, ainda, que chegou a conversar com Fabiano, que teria negado que uma criança estivesse no local. O ex, Fernando, teria aparecido em seguida, montado a cavalo, e continuou brigando com a mulher, supostamente por ciúme, segundo o depoimento.


Ela ainda teria ficado cerca de duas horas no meio da rua e voltado a conversar com Fabiano. De acordo com a mulher, ele teria feito a faxina sozinho. Também haveria “alguns objetos pegando fogo” ao lado da casa.


Já Fabiano, em interrogatório, afirmou que por volta das 21h, Uilma esteve em sua casa pedindo uma vassoura e um isqueiro. Ela teria dito que a vassoura era para limpar a casa em que Fernando morou para poder entregar ao proprietário. Juntos, eles teriam lavado a casa.

Ele declarou, também, que “foi Uilma que colocou fogo no ‘lixo’ tirado”.