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Justiça dá prazo para estado garantir a transparência em casos de mortes e lesões em ações policiais

A informação é do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), que teve o pedido parcialmente acolhido pela Justiça.

Por Diario de Pernambuco

Cena de crime no Grande Recife foi isolada pela polícia

Uma liminar concedida pela Vara da fazenda Pública de Garanhuns, no Agreste, determinou que o estado de Pernambuco deve implementar, de imediato, procedimentos para garantir a transparência nas investigações de mortes e lesões corporais decorrentes de ações policiais.

A informação é do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), que teve o pedido parcialmente acolhido pela Justiça.

Ainda segundo o MPPE, o estado tem um prazo de 15 dias para apresentar cópias de portarias, instruções normativas ou demais atos da Secretaria de Defesa Social, Polícia Civil e Polícia Científica que venham a ser adotados para dar cumprimento à decisão judicial.

O pedido da 1ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania de Garanhuns, por meio da ação civil pública de número 0011482-28.2023.8.17.2640, a Vara da Fazenda Pública de Garanhuns determinou ao Estado de Pernambuco, por meio da Secretaria de Defesa Social, que adote cinco procedimentos:

Isolar e preservar imediatamente os locais onde ocorrerem mortes ou lesões corporais graves decorrentes de intervenção policial, assegurando a proteção de vestígios periciais;

Apreender compulsoriamente as armas de fogo usadas pelos agentes públicos envolvidos nos casos e promover perícias balísticas;

Apurar com imparcialidade todos os casos de letalidade policial, garantindo a designação de autoridades de outras regiões ou órgãos para presidir os inquéritos, de modo a salvaguardar a lisura das investigações;

Regulamentar o protocolo de socorro de pessoas feridas no curso de operações policiais planejadas, com a disponibilização ou acionamento célere de ambulância e equipe de saúde nas proximidades do local;

Ouvir, ao longo das investigações de mortes por intervenção policial, testemunhas civis e familiares das vítimas, garantindo que os inquéritos tenham espaço para o contraditório com a coleta de versões sobre os fatos além daquela narrada pelos policiais.

No âmbito da ação civil pública, o MPPE alertou que a inobservância dessas normas procedimentais acontece de forma estrutural e repetida, causando dano irreversível à confiança da população nas instituições de segurança e de Justiça. Além disso, constitui um risco de reiteração de falhas que comprometem o trabalho investigativo em inquéritos futuros.