PF cumpre oito mandatos de prisão em operação contra tráfico de drogas
Ação cumpre oito mandados de prisão e dez de busca em Pernambuco e São Paulo; grupo ostentava vida de luxo sem renda compatível
A Polícia Federal em Pernambuco deflagrou, nesta quinta-feira (27), a segunda fase da Operação Ostentação, que investiga uma organização criminosa especializada no tráfico interestadual de drogas. A ofensiva cumpre oito mandados de prisão e dez mandados de busca e apreensão expedidos pela Vara Criminal da Comarca de Salgueiro, em endereços localizados em Petrolina, Salgueiro e Olinda, além de Santo André (SP).
A investigação teve início em 2023, quando levantamentos apontaram um esquema estruturado para transportar drogas do estado de São Paulo para Bahia, Pernambuco e Ceará. Segundo a PF, o núcleo operacional da quadrilha funcionava em Salgueiro, no Sertão pernambucano, de onde partiam as articulações logísticas do tráfico.
A primeira fase da operação ocorreu em 2 de abril de 2025, quando a PF cumpriu 28 ordens judiciais, sendo 19 mandados de busca e nove prisões preventivas, em imóveis situados em Salgueiro, Araripina, Petrolina, São Paulo e Santo André. Na ocasião, os agentes apreenderam um grande volume de material probatório, cuja análise detalhou a estrutura interna da organização criminosa e revelou novos integrantes.
Os investigadores identificaram uma rede complexa, com divisão de tarefas, que incluía fornecedores, transportadores e responsáveis por estocagem dos entorpecentes. O grupo utilizava ainda uma logomarca própria para identificar os carregamentos de drogas e operava um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro, especialmente por meio da compra e venda de veículos.
Armas de fogo também foram encontradas, e o compartilhamento de fotos e informações sobre armamentos era uma prática frequente entre os envolvidos.
Com a segunda fase, a PF pretende interromper de forma mais ampla a atuação da quadrilha, coletar novas provas, identificar possíveis cúmplices e enfraquecer a capacidade de aliciamento dos integrantes. Os alvos poderão responder por crimes como tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, organização criminosa, associação para o tráfico, descaminho e posse ou porte ilegal de arma de fogo.
O nome “Ostentação” faz referência ao comportamento do grupo, que exibia nas redes sociais um padrão de vida incompatível com a renda declarada, incluindo viagens, joias, bebidas de alto valor e veículos de luxo. A PF afirma que esse estilo de vida era sustentado pela atividade criminosa desarticulada pela operação.