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Recife é a capital nordestina com mais radares por 10 mil veículos, diz estudo

Com 1,53 câmeras por 10 mil veículos em vias, Recife supera a média nacional e se distancia de capitais como Boa Vista e Porto Alegre

Por Adelmo Lucena

Radares de velocidade evitam acidentes graves, diz estudo

Um novo estudo divulgado nesta terça-feira (25) pelo Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV) revela que o Recife tem 1,53 câmeras fixas em rodovias para cada 10 mil veículos, o que coloca a cidade pernambucana como a capital nordestina com mais equipamentos do tipo. A pesquisa analisou o conjunto de “câmeras de segurança viária” instaladas em todo o país.

Segundo o relatório, os dispositivos, conhecidos popularmente como pardais, auxiliam na redução do excesso de velocidade, um dos fatores mais determinantes para mortes e feridos graves no trânsito.

O documento mostra que o Recife também tem o melhor desempenho na fiscalização eletrônica de velocidade em rodovias. Entre todas as capitais brasileiras avaliadas, apenas Brasília, com 5,92 câmeras por 10 mil veículos, apresenta desempenho superior ao Recife no indicador específico para vias. Logo depois aparecem Palmas, com 1,31, e as demais capitais, que ficam bem abaixo desse patamar.

Um relatório preliminar divulgado pela Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) mostrou que 159 pessoas morreram no trânsito do Recife em 2024, o que representa um aumento de cerca de 10% em relação a 2023.

No entanto, de acordo com o estudo do Observatório Nacional de Segurança Viária, onde há maior presença de fiscalização eletrônica, há também redução consistente de infrações e aumento da obediência dos condutores, o que contribui diretamente para a segurança viária.

O levantamento também expôs outra realidade em um grupo de capitais que praticamente não contam com sistemas de controle de velocidade em rodovias. As piores posições no ranking do indicador foram registradas em Boa Vista (0,04), Porto Alegre (0,05) e Florianópolis (0,08)

O levantamento ainda analisou mais de 24 mil câmeras fixas em funcionamento no país e constatou uma grande discrepância na distribuição dos equipamentos entre os estados e as capitais. No Distrito Federal, por exemplo, o índice chega a 7,50, enquanto no Amazonas é de apenas 0,12. No total, o Brasil possui uma média de 2,9 câmeras por 10 mil veículos.

A presença reduzida de câmeras compromete a percepção do motorista sobre a fiscalização e tende a aumentar a prática do excesso de velocidade, como aponta também o indicador que mede infrações por equipamento. Nas unidades federativas em que há menos câmeras, cada dispositivo chega a registrar mais de 4 mil infrações por ano, como o Amazonas, em comparação às cerca de 700 por câmera no Rio Grande do Sul, que aparece com maior grau de respeito aos limites.

O estudo também apresenta um conjunto de medidas consideradas essenciais para orientar gestores públicos na redução de sinistros de trânsito. Segundo o relatório, há intervenções de velocidade cuja eficácia já está comprovada em diversas cidades do mundo. Entre elas estão a criação de áreas com limite de 30 km/h, especialmente em regiões com grande circulação de pessoas, e a instalação de infraestruturas físicas como lombadas, ilhas de refúgio, extensões de meio-fio, calçadas mais largas e ciclovias.

O documento destaca ainda a importância de faixas e cruzamentos elevados, rotatórias e da redução de velocidade em acessos urbanos. O estreitamento das vias e o incentivo ao comércio local também aparecem como estratégias capazes de diminuir a velocidade média dos veículos e aumentar a segurança. Por fim, o estudo reforça que a fiscalização dos limites de velocidade é a principal maneira de prevenir acidentes graves e fatais.