Escolas estaduais recebem prêmio por desempenho no IDEPE e destacam persistência diante de adversidades
Ao todo, 96 unidades de ensino foram premiadas em seis categorias. Índice avalia desempenho das escolas por meio de prova
Um total de 96 escolas das redes municipais de ensino do estado recebeu, nesta segunda-feira (17), o Prêmio Índice de Desenvolvimento da Educação de Pernambuco (Idepe) 2024, que avalia e monitora a qualidade da educação. Representantes de escolas, prefeituras e gerências Regionais de Educação (GREs) contempladas nas seis categorias e 34 subcategorias do Prêmio IDEPE participaram da cerimônia de entrega das placas de menção honrosa, reconhecimento destinado às instituições que se destacaram ao longo do último ano letivo.
A cerimônia foi realizada no Recife Expo Center, no Cais de Santa Rita. A premiação valoriza escolas, municípios e Gerências Regionais de Educação (GREs) que se destacaram nos indicadores educacionais do estado no ano passado. Criada em 2017, o Idepe é aguardado por gestores e docentes das redes estadual e municipais e se consolidou como um dos principais eventos do calendário educacional pernambucano.
Além de receber investimentos da gestão estadual, as escolas contam com gerências empenhadas em garantir que os estudantes tenham o melhor desempenho e aprendizado, apesar de adversidades como falta de água, evasão escolar e estrutura deficitária. “Nós somos uma escola muito motivada e quem acompanha ou já estudou lá percebe isso, e não é de hoje. Foi uma sementinha plantada e que vem dando frutos. Agora, com os investimentos que estão chegando na educação, isso vem melhorando a cada dia”, afirmou Euza dos Santos, gestora da Escola de Referência em Ensino Fundamental Sérgio Magalhães, em Tacaratu, no Sertão.
Ela destaca que os desafios na região ainda são grandes, mas que a busca ativa por estudantes para evitar evasão escolar permite o bom resultado no IDEPE. “Um dos desafios da escola é a falta d’água. Com os investimentos, foi feita uma cisterna bem maior, mas ainda existe a escassez de água. Outro ponto é a estrutura física, porque nossa escola é muito antiga. Mesmo com reforma e manutenção, ela precisa de ampliação. Com os prêmios chegando, a escola vai crescendo e não consegue mais atender à demanda do município”, explica.
As escolas indígenas também tiveram destaque na edição deste ano. Para a cacica Cícera Leal, coordenadora-geral da Escola Estadual Indígena Luiz Pereira Leal, de Itacuruba, no Sertão de Itaparica, o prêmio é resultado de investimentos e liberdade de educar de maneira adaptada para os povos.
“Para nós, é um prazer cuidar dos nossos curumins, dos nossos adolescentes e de todo o corpo do centro da nossa escola, que precisa de nós. A gente sabe que precisa de investimento, mas qual é o maior investimento na educação, senão a valorização que recebemos da nossa própria comunidade, da força da nossa cacica, da oração do nosso pajé e de todo o acolhimento dos pais? Eu atribuo o prêmio à vontade de vencer, cada vez mais, os obstáculos impostos à educação no Brasil. Atribuo também à vontade do povo Pankararu de ser visto como gente, de ser respeitado em sua integralidade e em sua espiritualidade”, pontua.
IDEPE
O Índice de Desenvolvimento da Educação de Pernambuco (IDEPE), utilizado desde 2008 para medir a qualidade do ensino público no Estado, funciona como ferramenta de diagnóstico e acompanhamento do desempenho de escolas, municípios, GREs e da própria rede estadual. Com base nesses resultados, é possível orientar o planejamento de ações e políticas voltadas à melhoria da educação pernambucana.
Para a composição anual do indicador, são analisados o fluxo escolar, especialmente a taxa de aprovação, obtida a partir do Censo Escolar da Educação Básica, e o desempenho dos estudantes no SAEPE (Sistema de Avaliação Educacional de Pernambuco). A avaliação mede, todos os anos, o nível de domínio das competências e habilidades consideradas essenciais em cada etapa da educação básica.
Na edição de 2024, foram avaliados 378.760 estudantes dessas etapas, distribuídos em 3.361 escolas da rede pública.
“Quando a gente enxerga o diagnóstico de forma clara, para saber quem precisa avançar mais, a gente pega pela mão. A gente não aponta o problema, a gente quer fazer parte da solução. O estado de Pernambuco vem com apoio financeiro, com apoio técnico, com cooperação de verdade, do jeito que a gente entende que precisa ser”, destaca a governadora Raquel Lyra, responsável pela entrega dos prêmios.
“A percepção é que, quando você avalia o IDEP, você não apenas premia os bons índices e a melhoria desses índices, mas também enfrenta um desafio que é geral e nacional: o domínio de Língua Portuguesa e Matemática. Isso é algo perseguido por nós, da Secretaria de Educação do Estado, e que deve ser replicado em todos os municípios. Na percepção nacional, e também no Comitê Social de Pernambuco, já verificamos avanços, mas isso precisa ser uma política constante, que realmente persiga melhores índices”, pontua o secretário de Educação de Pernambuco, Gilson Monteiro.