Dia Mundial da Gentileza: o poder dos gestos simples que transformam relações
A data foi criada em 1997, durante uma conferência em Tóquio, no Japão; atitudes cotidianas de respeito e empatia ajudam a tornar a convivência mais leve e humana
“Gentileza é tornar o dia do outro um pouco melhor, mais leve e mais agradável.” A frase de Givysson Rodrigues, de 35 anos, relações públicas e marketing do Real Hospital Português, resume o espírito do Dia Mundial da Gentileza, celebrado nesta quarta-feira (13).
Criada em 1997, durante uma conferência em Tóquio, no Japão, a data surgiu para promover a paz e valorizar comportamentos que fortalecem a convivência humana.
A gentileza vai muito além das boas maneiras, é uma ferramenta concreta de convivência social. A jornalista e pesquisadora Rosa Miranda, especialista em Comunicação Não Violenta, afirma que a prática cotidiana da gentileza tem o poder de reduzir conflitos e estimular o diálogo.
“A gentileza é uma estratégia de vida. O mundo, sem diálogo e sem espaço para a paz, se torna inviável. Em alguns países, ela já é tratada como política de Estado. O Brasil precisa repensar isso”, defende.
Gentileza como antídoto ao ódio
Rosa destaca que o interesse pelo tema cresceu junto ao aumento dos discursos de ódio e da circulação de notícias falsas. Durante seu mestrado em Indústrias Criativas, ela analisou como emoções como medo e raiva impulsionam a disseminação de conteúdos falsos.
“As pessoas compartilham sem checar fontes, movidas por impulsos emocionais. A gentileza e o diálogo ajudam a diminuir esse comportamento”, explica.
Para ela, praticar gentileza é uma decisão diária que pode transformar ambientes de trabalho, escolas e espaços públicos. “Ouvir de verdade, respeitar o tempo e o espaço do outro e ter gestos simples, como cumprimentar e olhar nos olhos, têm impacto direto no clima social”, destacou.
Exemplos e vivências
A analista judiciária do Tribunal Regional Eleitoral, Marta Vaz, de 63 anos, lembra que pequenas atitudes mudam o dia das pessoas.
“Gentileza é tentar fazer o melhor para levar o bem a quem está ao redor. Às vezes, um simples sorriso pode transformar o dia de alguém. Trabalhei muitos anos com atendimento ao público e aprendi que tratar bem o outro também faz bem a nós mesmos”, afirmou.
No Hospital Português, Givysson Barbosa afirma que a gentileza precisa estar “enraizada” no cotidiano, especialmente entre profissionais da saúde. Ele costuma acolher pessoas que chegam perdidas ou tensas, oferecendo ajuda e leveza.
“Às vezes, a pessoa vem preocupada, ansiosa, e um simples gesto muda tudo. É um conforto que contagia. A gente nunca sabe o que o outro está passando, e uma atitude gentil pode aliviar muito”, relatou.
No Tribunal de Justiça de Pernambuco, o servidor João Carlos define gentileza como sinônimo de humanidade.
“É exercer nossa humanidade com atitudes que façam bem ao outro. É não reagir com raiva, mas refletir antes de agir. Eu procuro ouvir, sorrir e não transferir meus problemas para os outros”, apontou.
Um ato de cidadania
Para Rosa Miranda, ser gentil é, acima de tudo, um exercício de cidadania.
“Empatia não é sentir pena, é respeito. Eu não preciso ser negro para ser contra o racismo, nem deficiente para defender acessibilidade. A gentileza começa quando reconhecemos o outro como igual”, conclui.