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Gabinete Português de Leitura de Pernambuco celebra 175 anos com cerimônia no Recife

No evento, o Diario de Pernambuco recebeu uma homenagem pelos 200 anos de atuação na imprensa

Por Adelmo Lucena

Gabinete Português de Leitura de Pernambuco celebra 175 anos com cerimônia no Recife

O Gabinete Português de Leitura de Pernambuco comemorou, nesta quarta-feira (12), seus 175 anos de história com uma cerimônia realizada na sede da instituição, na Rua do Imperador, bairro de Santo Antônio, no centro do Recife. O evento reuniu membros da comunidade luso-brasileira, autoridades e estudiosos da cultura portuguesa. O presidente do Diario de Pernambuco, Carlos Frederico Vital, esteve presente no evento.

“O Gabinete Português de Leitura comemora com muita glória os 175 anos. Trata-se de um equipamento cultural de relevância, com mais de 50 mil volumes à disposição dos alunos e pesquisadores. Uma casa que promove a cultura e que está se modernizando para melhorar a maneira de receber os seus visitantes. É a casa que recebe as autoridades aqui no Brasil e no Recife”, destaca o presidente da biblioteca, Celso Stamford Gaspar.

Durante o evento, o presidente do Diario de Pernambuco foi homenageado com a Medalha de Mérito Luiz Vaz de Camões, outorgada pelo Gabinete. Além disso, Carlos Frederico Vital também concedeu a Medalha Comemorativa dos 200 anos do jornal, comemorados no último dia 7, a Gaspar.

Fundado em 3 de novembro de 1850, o Gabinete é uma das mais antigas instituições culturais de Pernambuco e uma das três entidades do gênero existentes no Brasil, ficando atrás apenas do Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro em antiguidade e tamanho de acervo.

A ideia de criar um espaço de leitura e convivência voltado à colônia portuguesa em Pernambuco surgiu em meados do século XIX, quando o comendador Miguel José Alves, então chanceler do Consulado de Portugal no estado, propôs a fundação da entidade. Coube, porém, ao cirurgião e jornalista João Vicente Martins transformar o projeto em realidade, organizando a primeira diretoria e viabilizando a instalação da biblioteca em 15 de agosto de 1851, na antiga Rua da Cadeia Velha, no Recife.

Atualmente, o Gabinete funciona em um edifício histórico inaugurado em 1921, cuja construção começou em 1909. O prédio, de três andares, preserva traços arquitetônicos do início do século XX e é considerado um dos símbolos do intercâmbio cultural entre Brasil e Portugal.

Com um acervo de mais de 80 mil volumes, o Gabinete Português de Leitura abriga obras raras dos séculos XVII, XVIII e XIX, incluindo um manuscrito de um capítulo do romance A Cidade e as Serras, de Eça de Queirós, e uma edição de 1919 da biografia de Frei Bartolomeu dos Mártires. O espaço recebe diariamente cerca de cem visitantes, entre estudantes, pesquisadores e leitores interessados em literatura lusófona.

Além do acervo, a instituição realiza seminários, conferências, exposições, cursos e mostras cinematográficas voltadas à promoção da cultura portuguesa. Desde 1983, edita a revista Encontro, dedicada ao intercâmbio literário e acadêmico entre Brasil e Portugal, e o boletim A Cidade e as Serras, com notícias e registros da comunidade luso-pernambucana.

Ao longo de sua trajetória, o Gabinete recebeu distinções importantes, entre elas o título de Membro-Honorário da Ordem do Mérito de Portugal, em 1987, e o de Membro-Honorário da Ordem do Infante D. Henrique, concedido em 2016.