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Greve do Metrô do Recife é suspensa por 30 dias e trens voltam a circular na quinta-feira (6)

CBTU terá 30 dias para avaliar plano emergencial proposto pelos trabalhadores

Por Adelmo Lucena

Metrô do Recife

Após três dias de paralisação, os metroviários de Pernambuco decidiram, nesta quarta-feira (5), suspender a greve que havia interrompido a operação do Metrô do Recife há três dias. Com o fim do movimento, as 36 estações do sistema voltam a funcionar a partir das 5h desta quinta-feira (6). A retomada foi confirmada também pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU).

A decisão de suspender o movimento, que era de duração indeterminada, foi tomada em assembleia. Antes da votação, os metroviários realizaram uma manifestação, saindo da Estação Central, no bairro de São José, em direção a Santo Amaro. “Foi uma caminhada bem expressiva, em que dialogamos com a sociedade sobre o processo de reivindicação da nossa categoria, que basicamente pede a reestruturação do sistema e investimentos”, afirma o vice-presidente do Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (Sindmetro-PE), Tiago Mendes.

A assembleia aconteceu um dia após a reunião entre o (SindMetro-PE) e a CBTU, mediada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6).

Durante o encontro, os trabalhadores apresentaram o Plano Emergencial de Recuperação do Metrô do Recife, documento que lista 10 ações imediatas, investimentos e reformas estruturais voltadas à segurança, à manutenção e à qualidade do serviço.

A CBTU deve analisar o plano em até 30 dias, período em que a greve permanecerá suspensa.

“A greve é considerada suspensa porque, na mediação, se em 30 dias não houver uma resposta adequada ou, pelo menos, um encaminhamento mínimo, a categoria tem praticamente autorizada a retomada do movimento, desde que decida por isso em assembleia”, explica Tiago Mendes.

Greve

Durante a greve, cerca de 170 mil passageiros ficaram sem o serviço e precisaram recorrer a ônibus e aplicativos de transporte, o que provocou superlotação nos coletivos e nos terminais integrados da Região Metropolitana do Recife.

A mobilização dos metroviários foi desencadeada após um incêndio em um trem da Linha Centro, ocorrido em 25 de outubro, que provocou a paralisação do Ramal Camaragibe até o dia 31. O episódio, segundo o sindicato, evidenciou a necessidade urgente de investimentos em segurança, infraestrutura e manutenção do sistema.

Em 30 de outubro, diante do impasse e da falta de garantias sobre melhorias estruturais, a categoria decidiu iniciar a greve. Além das condições de operação, os metroviários também protestam contra o projeto de privatização do sistema metroviário, anunciado pelo governo federal.